segunda-feira, 14 de julho de 2008

DOIS GRANDES

Domingo, 11 de novembro de 1984. O jornal Zero Hora de Porto Alegre, RS, publicou na sua página de esportes uma chamada para o jogo E.C. Juventude versus E.C. Pelotas, correspondente à primeira rodada do hexagonal final do campeonato gaúcho daquele ano. Os dois times tinham um bom elenco de profissionais da bola, mas o confronto tinha como principal atração dois experientes técnicos: Paulo de Souza Lobo, o Galego e Daltro Menezes.


O Galego eu cheguei a conhecer pessoalmente. Ele foi Técnico do G.E. Bagé de 1971 a 1977, e de 1979 a 1981 [ver a história completa do homem em http://ufpel.tche.br/~billy/welcome.htm]. Aí tem tudo a respeito dele, isto quer dizer que eu não preciso me estender mais.

O Daltro era uma verdadeira "raposa" do futebol. O uso do termo “raposa”, segundo o Professor Sérgio Nogueira Duarte, merece cuidados. Chamar uma pessoa de raposa pode criar problemas, pois além de “astuta” podemos julgá-la “traiçoeira”. Afirmar que um determinado político, por exemplo, é uma raposa tem certamente carga negativa. Aqui, felizmente, o objetivo é exaltar a competência e inteligência do profissional Daltro Menezes, falecido em 1993, que trabalhou em várias equipes do interior gaúcho, na dupla gre-nal e outras equipes de fora do Rio Grande do Sul.
Uma das histórias [ou estórias - não sei] que eu ouvi, diz respeito a um jogo onde ele era Técnico do Avenida de Santa Cruz do Sul, RS, na década de 1960. O padre de uma paróquia do bairro da Várzea, seduzido pelo futebol, pediu para treinar junto com o time. Como tinha boa velocidade e um chute forte, o Daltro deixava ele (o padre) treinar na ponta direita do time reserva. Para chamar público ao estádio em um amistoso do Avenida contra o Internacional, o Técnico combinou que o padre jogaria durante os 10 minutos finais. Isto só não ocorreu porque o padre não compareceu ao jogo. O motivo: o pai dele ficou doente.

Fragmento do livro: Internacional, Autobiografia de uma Paixão, de Luís Fernando Veríssimo.


No Gre-Nal da inauguração do estádio Beira-Rio, do Internacional, o Daltro resolveu fardar 37 jogadores, até os que não interessavam mais ao clube. Diante do espanto dos repórteres, respondeu: - "É uma cerimônia especial, uma data histórica. Todos merecem participar".

O Gre-Nal acabou aos 38 minutos do segundo tempo por causa de uma briga generalizada. Dois jogadores não foram expulsos: Dorinho, meio-campo do Inter; e Alberto, goleiro do Grêmio.

Mas não poderia faltar outra do Daltro. Ele não gostava nem um pouco do Dr. Jairo Cruz, médico do Grêmio, ferrenho defensor das cores do seu time. Então lançou: -"Se houver briga, tudo bem, não vamos fugir do pau. Agora, pelo amor de Deus, não me deixem escapar aquele Jairo Cruz. Quero ver esse camarada levar uma bela porrada". Dizem que ele não conseguia parar de dar risada quando o médico gremista foi a nocaute, atingido por um cruzado no queixo.

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