sexta-feira, 5 de março de 2010

EC BAHIA- CAMPEÃO DA TAÇA BRASIL

Na foto, obtida da revista Placar, aparecem:
em pé- Nadinho, Leone, Henrique, Flavio, Vicente e Beto;
agachados- Marito, Alencar, Léo, Bombeiro e Biriba.

1959. A campanha do Bahia na Taça Brasil começou em agosto desse ano. O time passou fácil pelo CSA (5x0 e 2x0), venceu o Ceará em uma melhor de três (0x0, 2x2 e 2x1) e sofreu para despachar o Sport Recife, também em uma melhor de três (3x2, 0x6 e 2x0). É verdade que se os critérios de desempate daquele tempo fossem os de hoje, o Bahia já teria sido barrado pelo Ceará antes de encarar o Sport. Mas "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa", como se diz por aí.
Tendo se classificado na "zona norte" da competição, foi a vez de enfrentar [na semifinal] uma das equipes classificadas pela "zona sul". Os que brigavam nessa área eram o Vasco da Gama e o Santos, que foram privilegiados (não sei porquê) e só entraram na competição a partir das semifinais, e o Grêmio- que já havia vencido os Atléticos, Paranaense (1x0 e 1x0) e Mineiro (4x1 e 1x0).
O Santos venceu o Grêmio, em 17/11, na Vila Belmiro (4x1), conseguiu um empate, em 25/11, no Olímpico (0x0) e se classificou para a final. O Vasco da Gama tinha uma missão mais fácil. Era "só" ganhar do Bahia no Maracanã, que um simples empate depois, lá na Fonte Nova, garantir-lhe-ia a passagem para a final contra Santos ou Grêmio.
Mas o Bahia surpreendeu e venceu no Rio (1x0), em 19/11/59. Em Salvador, 5 dias depois, o Vasco se recuperou da desvantagem, vencendo por 2 a 1 e provocando um terceiro jogo, também disputado no Estádio da Fonte Nova. Aí sim, em 26/11: Bahia 1; Vasco 0. O Bahia faria a final contra o Santos.

A história detalhada dos jogos finais (EC Bahia x Santos FC) está assim relatada no site do Museu dos Esportes:

"O Santos achando que o titulo seria decidido em duas partidas, programou uma temporada pelo exterior para logo após a decisão da Taça Brasil. O clube paulista era poderoso, tinha Pelé, ganhador de muitos títulos e o grande favorito da competição. Entretanto, já no primeiro jogo realizado na Vila Belmiro, o Bahia mostrou que pensava seriamente no titulo. O Santos marcou logo 2x0. Foi quando veio a reação que ninguém esperava. O Bahia venceu por 3x2 com um gol de Alencar assinalado em cima da hora. O segundo jogo foi em Salvador. O Bahia jogava bem, e os baianos acreditavam que a festa poderia ser mesmo na Boa Terra. Acontece que neste jogo, Pelé estava num dia de genialidade comum e esmagou a defesa do Bahia. O Santos venceu por 2x0. A diretoria do Santos não quis jogar o terceiro jogo em Salvador e exigiu um campo neutro. A CBD atendeu. A segunda partida deveria ter jogada no dia 30 de dezembro. O Santos argumentou que não tinha datas disponíveis. A CBD manteve o jogo para a data programada. Foi então que o presidente do Bahia, Osório Vilas Boas entrou na jogada. Psicologicamente, seu time não estava nada bem depois da derrota em Salvador. A temporada do Santos no exterior iria desgastar a equipe paulista. O Bahia teria tempo para se refazer. Por isso, concordou com o Santos e fez a CBD aceitar uma outra data: 29 de março, no maracanã.

Enquanto o Santos se arrebentava na Europa, jogando um dia sim outro não, o Bahia se preparava para a decisão. Na volta do clube da Vila Belmiro, Pelé teve que ser operado das amígdalas e ficou de fora da final. Entre os baianos, o treinador Geninho teve que retornar ao Rio de Janeiro por problemas particulares. Assumiu Carlos Volante.

Na noite de 29 de março de 1960, o maracanã recebe um bom publico, quase todos torcendo pelo Bahia que entrou em campo com Nadinho. Beto. Henrique. Vicente e Nezinho. Flavio e Mario. Marito. Alencar. Léo e Biriba. O Santos jogou a final com Lalá. Getulio. Mauro. Formiga e Zé Carlos. Zito e Mario. Dorval. Pagão. Coutinho e Pepe. O carioca Frederico Lopes foi o juiz. O início do jogo era igual, mas foi o Santos quem abriu a contagem através de Coutinho. O Bahia empatou com Vicente cobrando uma falta da intermediária. Nessas alturas, os baianos dominavam o jogo e os santistas demonstravam um cansaço com pouca disposição para disputar as bolas divididas. No primeiro minuto do segundo tempo, Léo marcou o segundo gol do Bahia. O Santos se desesperou. Coutinho tentava romper a defensiva dos baianos, mas tinha a marcação de Vicente em todas as partes do campo. O treinador Lula ainda tentou Tite no lugar de Pagão, mas não deu certo. Aos 24 minutos o juiz expulsou Getulio. Formiga reclamou exageradamente e também expulso. Aí o Santos começou a apelar. Aos 32 minutos, Coutinho agrediu Nezinho e foi colocado para fora. Vicente deu um soco em Coutinho e também foi obrigado a sair. Perdido por dois, perdido por mil, os santistas resolveram parar os baianos no pau. A policia entrou em campo e esfriou os ânimos. O juiz Frederico Lopes expulsou outro santista. Dorval deu um tapa em Henrique e também saiu mais cedo. Aos 37 minutos, o Bahia sacramentou o titulo assinalando o terceiro gol. A festa já tinha começado na Bahia de todos os santos. Era também a vitória da malícia de Osório Vilas Boas que se impunha contra à pretensão de Atiê Jorge Cury. O dirigente do Santos , antes da decisão, havia enviado um telegrama ao San Lorenzo de Almagro, da Argentina, propondo datas e locais para os dois jogos pela Taça libertadora. Só que o San Lorenzo jogou mesmo foi contra o Esporte Clube Bahia, o campeão da primeira Taça Brasil. Para ser campeão, o Bahia jogou quatorze vezes. Venceu nove. Empatou duas e perdeu três."

E.C. Bahia, campeão da Taça Brasil de 1959.
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