quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O PT AMADURECEU A FÓRCEPS


Que eu saiba, os partidos políticos brasileiros que eram radicalmente contra o chamado capitalismo, desde o seu nascimento adotaram em suas bandeiras o símbolo máximo do regime de Lenin, Trostky e Stalin, mas na época do governo militar não podiam ostentá-lo [e nem mesmo existir oficialmente] porque tudo era proibido. Com o passar do tempo, não sem muitos protestos, uma abertura política gradual foi se estabelecendo no Brasil e, quando eu me dei conta, os grafismos de protestos populares passaram dos muros para as matrizes das serigrafias, e daí para panfletos, camisetas, bonés e bottons. Uns poucos anos antes do muro cair, muito se via por aqui pseudo-comunistas usando [da forma que lhes aprouvesse] a famosa combinação foice-martelo. O Partido dos Trabalhadores, fundado em 1980, um partido de esquerda dirigido por operários, resolveu adotar como símbolo uma estrela amarela sobre um fundo vermelho, talvez numa alusão ao comunismo chinês [ou ao cubano]. Não sei se as idéias originais do partido tinham fundamento no comunismo puro, aquele que causava medo às criancinhas. Se não tinham, havia uns militantes bobalhões por aí que achavam que sim. Esses faziam questão de expor [aos gritos] o que estava escrito [e até o que não estava] na cartilha do PT. Não se conformavam quando em uma roda de amigos encontravam alguém que não concordasse com os seus pontos de vista, e discutiam até ficarem mais vermelhos [de raiva] do que já eram. Essa prática [tão antipática quanto inútil] conseguia afugentar até camarad..., digo, companheiros de vários carnavais, e os fanáticos não se davam conta disso, pois estavam tão envolvidos com a sua ideologia política que bastavam a eles os novos amigos que nesse campo amealhavam.
Acredito que foi a partir do escândalo do mensalão que esfriaram-se os ânimos daqueles que se portavam como se tivessem uma índole imaculável. Até a bandeira vermelha [com a estrela amarela] foi, aos poucos, dando espaço para outras cores, como o lilás, o roxo, o azul e o verde, mas sempre com o “brilho” da estrela. Então todos [inclusive os fanáticos que eu citei] se deram conta que as militâncias não podiam extrapolar certos limites, tentando abrir as caixas de Pandora dos outros, porque também eles tinham a sua.
Assim, o que era raivoso, aos poucos foi se transformando em puro debate e, em pouco tempo o que parecia [lá no início da década de 1980] ser uma ramificação do perigoso regime devorador de criancinhas, se transformou em um partido de centro-esquerda que conseguiu chegar à maturidade, ainda que a fórceps. E é evidente que o melhor de todos os presidentes do Brasil (queiram ou não os fanáticos do outro lado), tem tudo a ver com esta evolução.

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