quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O CERCO DE BAGÉ

Novembro de 1893. Os republicanos, comandados pelo general Carlos Silva Teles, buscaram abrigo Catedral de São Sebastião. A Praça da Matriz, em frente à igreja, foi o ponto de resistência dos picapaus durante os 47 dias do cerco de Bagé. “Os federalistas invadiram a cidade, liderados pelo Joca Tavares, militar e estancieiro local. Os republicanos ergueram trincheiras aqui na frente e na volta da praça. Havia até canhões. O templo virou hospital improvisado e cemitério para os mortos em combate”, relatou [em 2009] o padre Olindo Carlini, para o jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul, RS.

A matéria é parte de um dos fascículos da série "Rio Pardo 200 anos, Uma Luz para a História do Rio Grande", produzidos pelo jornal, em homenagem à histórica cidade gaúcha.

Abaixo, reproduzo parte da narrativa:

"Joca Tavares conduziu os 3 mil federalistas que tentaram de todos os lados tomar a Rainha da Fronteira. Com mais de 20 mil habitantes na época, a cidade também era terra dos Silveira Martins, sede do Partido Federalista e foco da conspiração. Por abrigar uma guarnição militar e a estrada de ferro em direção a Rio Grande, Bagé tinha valor estratégico para os dois lados da revolução. Por isso a invasão rebelde e a resistência republicana nas trincheiras da Praça da Matriz.

'Ilhados, os republicanos não tinham mais o que comer nos dias finais do cerco. Até a água era escassa. Os feridos morriam porque não havia como tratá-los dentro da catedral', revela o padre Carlini. O historiador Cláudio Moreira Bento confirma.

Segundo ele, os sitiados passaram sede e fome tendo, inclusive, que sacrificar gatos, cães e cavalos para sobreviver.
Figos crus e caruru cozido na água com sal foram outras alternativas para evitar mais mortes. De fato, o terror esteve presente como mostram as fotos do acervo do Museu Dom Diogo de Souza. Nas ruas, hoje comerciais, aparecem os mesmos casarões. Porém sem as trincheiras, canhões e gaúchos de armas em punho daqueles 47 dias."

Foto: acervo do Museu Dom Diogo de Souza
Fonte: jornal Gazeta do Sul, Santa Cruz do Sul, RS

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