quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MAIS UMA MESA VIRADA

Fui olhar a tabela da 1ª divisão do campeonato catarinense de futebol/2011 e...
... não achei o Hermann Aichinger, mais conhecido como Atlético de Ibirama. Imaginei que o clube tinha sido rebaixado e fui consultar a classificação geral do campeonato de 2010. Ué!... 5º lugar! Abaixo dele ficaram outros cinco clubes, e os dois últimos, ou seja, os que ficaram em 9º (Chapecoense) e 10º (Juventus), foram rebaixados.
Então descobri que o Atlético de Ibirama entrou com um pedido de licença junto à F.C.F. , ainda em 2010, e não vai participar do campeonato/2011. Uma vaga ficou à deriva. Então a Federação Catarinense de Futebol resolveu resgatar [das cinzas] a Chapecoense, o que gerou protestos como este aí do blogueiro Rodrigo Braga (Clic RBS/Santa Catarina), com direito à foto da mesa virada.
"Já quero começar dizendo que é a última vez que pretendo falar do tema, os motivos ficarão claros ao longo do post.
Semana passada, a corte máxima da Justiça Desportiva brasileira deu uma de Poncio Pilatos e lavou as mãos no caso da virada de mesa no Campeonato Catarinense. Anunciou não julgar-se competente para opinar sobre o tema, deixando caminho livre para a decisão da Federação Catarinense de resgatar a Chapecoense da Segundona, na vaga do Atlético de Ibirama, o desistente conveniente. Não concordo, mas democraticamente respeito decisões tomadas por quem deve tomá-las. Portanto, pra mim é fim da linha, assunto morto e enterrado.
Mas, pra encerrar, deixarei aqui uma espécie de desabafo:
Há muitos culpados para que a virada de mesa tenha ocorrido e vá envergonhar o futebol catarinense, justamente em um momento brilhante dos nossos clubes dentro de campo. Vamos a eles, os culpados:
A Federação – É a maior culpada, claro. Frouxa, omissa, capaz de fazer um regulamento com uma brecha escandalosa, prato cheio para qualquer advogadozinho recém-saído das cadeiras da universidade. É tanta incompetência que dá até pra desconfiar de algo mais. Neste ano não fez só esta lambança, fez muito mais. Permitir uma virada de mesa embaixo do seu nariz foi apenas a maior delas.
A imprensa - Tem culpa também. Achou bonito tudo que aconteceu, como se nada fosse. Nós todos apenas demos uma reclamadinha protocolar e nada mais. Ou seja, deixamos a coisa esfriar e permitimos que o STJD (logo ele, de passado tão límpido) tomasse a decisão mais conveniente para ele: não tomar decisão nenhuma. Fomos bananas, precisamos reconhecer.
A Chapecoense - Parte da torcida do Verdão, de maneira até compreensível cega pela paixão clubística, me acusa de perseguir a instituição. É no mínimo superestimar este humilde blogueiro do interior. Mas a verdade é que não dá para absolver o clube no caso. Não pediu para virarem a mesa, não foi o causador da lambança. Mas tem culpa no cartório também. Não consigo aceitar argumentos do tipo: “a Chapecoense está apenas buscando seus direitos”. Que direito, cara-pálida? O time foi rebaixado dentro de campo, não houve nenhum fato excepcional que tivesse provocado a queda para a Segundona que não a ruindade do time no Catarinense. Portanto, o único direito legítimo (no caso um dever) era disputar a Divisão Especial em 2011 bem quietinha e subir honrosamente dentro de campo. Qualquer coisa que não isso é oportunismo barato, sim senhor. Ah, e pela milionésima vez, deixo claro que nada tenho contra a Chapecoense, contra Chapecó, contra as pessoas do Oeste, etc… Fosse qual fosse o clube envolvido no episódio, receberia aqui as mesmas críticas. Quem não quiser acreditar, paciência.
Bom, mas tudo isso é apenas opinião, não vai mudar nada. Quem comemorou a decisão do Tapetão pode seguir comemorando (lembram do estouro de champagne dos cartolas do Fluminense em 1996?). A verdade é que ninguém ganha com esta decisão. O futebol catarinense ficará manchado (já está) por este vexame, e a Chapecoense, queira ou não, estará voltando pela porta dos fundos. O time terá esta mancha no currículo eternamente, e os torcedores serão achincalhados pelos rivais a cada jogo pelos próximos 50 anos, no mínimo. E nada poderão argumentar.
Pra encerrar, deixo aqui aquela que sempre foi minha sugestão para tentar tornar menos vexatório este episódio. Já que não há o que fazer (o campeonato de 2011 não pode ter 9 times e promover um terceiro da Segundona atual seria tão errado quanto), que a Federação decidisse então por uma espécie de repescagem, tão comum nos campeonatos europeus, entre o terceiro colocado da Divisão Especial e a Chapecoense. Dois jogos no final do ano, com decisão em Chapecó. Quem vencesse, disputaria o Catarinense 2011.
Também não é brilhante, eu sei, mas ao menos a decisão seria dentro de campo, e não nos podres tribunais desportivos. Tenho certeza que muitos torcedores do Verdão do Oeste concordam com esta opção (alguns até já a apoiaram aqui no blog). Seria perfeito se a direção da Chapecoense propusesse esta “terceira via” à Federação, como demonstração de que não concorda com a volta via tribunais e decisões apoiadas em falhas de regulamento.
Porém, não sou tão ingênuo assim e sei que não vai acontecer. A não ser que a própria torcida (a parcela que não concorda com a virada de mesa), faça o pedido aos cartolas. Seria possível ou eu de fato vivo num mudo imaginário?"

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