1724. Daniel Gabriel Fahrenheit (Gdansk, 24/05/1686 - Haia, 16/09/1736), utilizando uma mistura de água, gelo picado, sal e amônia, determinou, através de um tubo capilar de vidro, fechado a vácuo, com um bulbo contendo mercúrio, que esse seria o ponto mínimo (0º F) de uma nova escala termométrica, e para achar o ponto máximo utilizou a temperatura do corpo humano. Quando o mercúrio estabilizou no tubo, dividiu o intervalo obtido em 100 partes iguais, obtendo uma escala de 0º F a 100º F. Horas mais tarde, dias mais tarde, meses mais tarde ou anos mais tarde - sei lá! - usando como referência o ponto de ebulição da água, verificou, com base na escala que havia criado, que esse ponto correspondia ao valor 212, ou seja, bem acima da marca de 100º F. Por outro lado, quando a água congelava, o termômetro na escala F marcava 32.
Quando o astrônomo sueco Anders Celsius (Uppsala, 27/11/1701 - Uppsala, 25/02/1744) publicou nos Anais da Academia Real das Ciências da Suécia, seu trabalho intitulado "Observações sobre Dois Graus Persistentes de um Termômetro", propôs uma nova escala termométrica, chamando de "temperatura zero" o ponto de ebulição da água, e de "temperatura 100" o ponto em que o gelo derrete, deu a luz à escala centígrada.
Jean-Pierre Christin (Lyon, 31/05/1683 - Lyon, 19/01/1755), físico, matemático, astrônomo e músico francês, propôs, em 1743, inverter a escala do termômetro Celsius, de água fervente a zero grau e gelo derretendo a 100 graus, para uma escala onde "0" (zero) representava o ponto de congelamento da água e "100" representava o ponto de ebulição da água. Porém, foi o "Termômetro de Linnaeus", produzido em 1744 pelo botânico sueco Carolus Linnaeus (Råshult, 23/05/1707- Uppsala, 10/01/1778) e pelo fabricante de instrumentos científicos, também sueco, Daniel Ekström (Eksåg, Södermanland, 12/11/1711 - Stockholm, 30/06/1755), que deu ênfase à inversão apresentada anteriormente pelo físico francês. Desse modo, o termômetro na escala Celsius passou a ser apresentado como nos tempos atuais.
Assim, por exemplo, onde se lê, "32" na escala Fahrenheit, obtém-se o valor "zero" na escala Celsius. E os 100 ºC na escala Celsius correspondem a 212º F.
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Observando a figura acima, é possível deduzir que os intervalos de temperatura nas escalas Fahrenheit (F) e Celsius (C) são os mesmos. E assim, podemos estabelecer uma relação direta entre duas temperaturas quaisquer de ambas as escalas e suas variações, conforme segue:
C - 0 / F - 32 = 100 - 0 / 212 - 32 => C / F - 32 = 100 / 180 => C / F - 32 = 5 / 9 => C = 5 / 9 (F-32).
Quem acompanha a série Largados e Pelados, no Discovery Channel, e vê as temperaturas apresentadas em Fahrenheit - medida usada em alguns países de língua inglesa- pode, a partir da fórmula apresentada acima, converter graus Fahrenheit em graus Celsius para ter uma ideia melhor do quão quente ou frio estava o ambiente natural dos intrépidos aventureiros do programa.
Fontes principais:
https://saber.com.br/obras/PNLD/PNLD_2018/F%C3%ADsicaHGN/2o%20Ano/Fisica_HGN_2_MP_0101P18133_PNLD2018.pdf
https://royalsocietypublishing.org/journal/rstl
https://web.archive.org/web/20121206184805/http://www.newsfinder.org/site/more/history_of_the_thermometer/
https://www.infoescola.com/fisica/conversao-de-escalas-termometricas/
https://www.notablebiographies.com/Du-Fi/Fahrenheit-Gabriel.html
https://snl.no/Anders_Celsius