Foto ilustrativa- fonte: http://schnorkel.blogspot.com/2006/01/um-estudo-interpretativo-das-aes-de-um.html
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Manoel de Oliveira, o Imediato, prescrutando de binóculo o horizonte, pensou ter visto algo mais do que a imensidão do mar a bombordo. Firmou mais a vista, e chamou a atenção de seus companheiros para alguma coisa parcialmente submersa que se aproximava vagarosamente. Em seguida, já na marca de 1,6 milhas náuticas de distância, ele conseguiu enquadrar melhor o periscópio e parte da torre de um submarino. Soou o alarme do navio e todos os tripulantes correram a seus postos, enquanto o submarino se colocava em posição de ataque. Era iminente o lançamento de um torpedo contra o "Rio Branco" e, em função disto, não havia tempo a perder. Manoel de Oliveira ordenou uma manobra evasiva rumo a noroeste, expondo somente a popa para o submarino. Não restava mais nenhuma dúvida de que o submersível pertencia às forças do Eixo, uma vez que este lançou-se imediatamente em perseguição ao cargueiro.
À distância de 1,2 milhas náuticas, mais ou menos, mesmo antes de completar a manobra defensiva, o canhão de popa de 75 mm do Rio Branco entrou em ação, disparando um projétil contra o submarino. Depois mais oito projéteis foram atirados.
O submarino alemão submergiu lentamente. Em seguida uma densa nuvem de fumo se desprendeu das ondas onde momentos antes ele estivera.
Os pedidos de socorro (S.O.S.) do cargueiro brasileiro foram captados pela Estação Costeira de Barbados, e uma patrulha das forças aéreas americanas apareceu vinte minutos depois do incidente.
Os aviões americanos detectaram várias manchas de óleo na superfície do oceano, e não restaram dúvidas do afundamento do submarino inimigo pelas granadas dos marinheiros brasileiros.
Sob a proteção da Força Aérea dos Estados Unidos, o Comandante Raymundo Araújo corrigiu a rota e, dias depois, ancorou no porto de New Orleans.
O Vice-Almirante Américo Vieira de Mello, Chefe do Estado Maior da Armada, elogiou os marinheiros responsáveis pelo sucesso da missão, através desta nota, publicada no boletim do Ministério da Marinha:
"De conformidade com o oficio nº 491 (EM. 2), de 1942, o exmo. sr. chefe do Estado Maior, da Armada resolveu elogiar, nominalmente, o 1º sargento Augusto Jonas de Sousa, o cabo Saturnino Dias de Sant'Anna e os marinheiros de 2ª classe Antonio Telles Carvalhal e Antonio Pedro de Lima, pela presteza, energia e eficiência com que agiram no desempenho de seus deveres, no canhão montado no vapor 'Rio Branco', concorrendo, assim, para que esse navio se livrasse do ataque que se tornara iminente por um submarino em águas do Mar dos Caraibas".
Baseado em artigo publicado na Folha da Manhã [de São Paulo, SP], de 29/10/1942.