quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

V-1, O PRIMEIRO MÍSSIL

Em junho de 1944, na tentativa de reverter o quadro de desvantagem na guerra, os alemães passaram a atacar a Inglaterra [e alguns alvos belgas] utilizando uma nova arma que, ao invés de ser chamada de fliegende bombe, ou algo parecido, em função das suas características, foi denominada [pelo serviço de propaganda nazista] de V-1, ou melhor, Vergeltungswaffe 1 (arma de vingança 1). Essas bombas voadoras, desenvolvidas pela Luftwafe, transportavam 800 quilos de explosivos e eram capazes de viajar até 240 quilômetros, o que era suficiente para alcançar Londres a partir do nordeste da França. A uma calculada distância, já sobre o alvo escolhido [que não podia ser menor do que o tamanho de uma cidade, em função da impossibilidade de corrigir distorções na rota previamente traçada], o motor da bomba [que voava em linha reta e à velocidade constante] se desligava, e ela mergulhava em queda livre.
Nem sempre davam certo as tentativas britânicas de interceptar os mísseis alemães. Quando cabia à artilharia anti-aérea a missão de detê-los, geralmente muitos tiros tinham que ser disparados até que conseguissem, os artilheiros, acertar uma bomba voadora, e quando não a alcançavam, ela caía e causava uma explosão de grandes proporções.
Por outro lado, quando era possível lançar mão de táticas de defesa mais sofisticadas, tornava-se relativamente fácil [para os ingleses] identificar as V-1 em seu vôo [à cerca de 640 Km/h] e neutralizá-las. Isto era feito através dos radares da RAF que, imediatamente, convocava seus Gloster Meteors, aviões de caça a jato, para "abater" as bombas. Se esse expediente falhasse, entravam em ação os Spitfires que, com suas asas, tentavam desviar as bombas para que explodissem em locais não habitados.
Apelidadas [pelos londrinos] de buzz bombs (bombas zumbidoras), devido ao som que produziam, as V-1, no início, causaram pânico à população de Londres. Depois, em função da [cada vez mais] eficiente capacidade da RAF em neutralizar os ataques dessas bombas voadoras, as pessoas foram se acostumando a essa perigosa rotina e, muitas delas, confiavam suas vidas à regra das probabilidades, imaginando serem remotas as chances de serem atingidas pelos efeitos de uma ou outra daquelas bombas. Muitos, dos que deram chance ao azar, pereceram.
Este filme de notícias semanais da propaganda de guerra alemã, abaixo, editado em agosto de 1944, entre outras cenas, enquadra uma vã tentativa aliada de interceptar uma V-1 que se dirige para Londres. Dá para antever as consequências da má pontaria dos artilheiros aliados.

Fontes: Grandes Guerras, março/2007, pg.55; Wikipédia; YouTube.

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