Por Carlos Barros & Wilson Paulino
Naquela época, os balões (aeronaves mais leves que o ar) já não constituíam novidade. O maior desafio nesse sentido era encontrar uma forma adequada de dirigí-los, já que as teorias físicas sobre o assunto - todas baseadas nas leis de Newton - estavam disponíveis apenas nos meios acadêmicos.
Diversos trabalhos pioneiros contribuíram para a construção de planadores, pipas e balões. Destacam-se os do alemão Otto Lilienthal (1848 - 1896), cujos estudos experimentais de asas baseadas nos pássaros foram uma importante referência para diversos pesquisadores.
Inventivo e excelente observador, Santos Dumont aprende o máximo que pode. Seis anos depois de chegar a Paris, ele projeta e constrói seu primeiro balão movido a gás hidrogênio; o nome desse balão: Brasil. Os conceitos desenvolvidos com o balão Brasil foram a base dos futuros projetos aeronáuticos de Santos Dumont e são usados na engenharia aeronáutica até hoje.
Santos Dumont dedicou-se intensamente ao projeto de aeronaves mais leves que o ar, tendo criado diversos modelos, entre balões e dirigíveis (estes são os balões que têm leme). Com seus dirigíveis, ele resolveu completamente o problema de estabilidade e dirigibilidade dos balões.
Dirigível nº 6 contornando a Torre Eiffel
Em 1901, com o dirigível nº 6, recebe o prêmio Deütsch pelo vôo de 30 minutos em torno da Torre Eiffel, retornando ao ponto de saída.
A partir de 1904, Santos Dumont começa a pensar no vôo de uma aeronave mais pesada que o ar. Agora era preciso gerar sustentação e controle por meio de asas. Constrói o 14-Bis, uma aeronave do tipo canard, ou seja, com a cauda para a frente.
Essa configuração, usada pela maioria dos projetistas, tornava a aeronave instável. Santos Dumont fez vários testes de equilíbrio. Num deles acoplou seu novo invento ao dirigível nº 14, daí o nome que ele deu ao seu avião: 14-Bis. A acoplagem não teve bons resultados, mas serviu para acertar o equilíbrio do avião.
Foi nessa época que o inventor brasileiro apresentou o importante conceito do diedro, que é o ângulo formado entre as duas asas e que contribui para a estabilidade do avião. Todas as aeronaves até hoje possuem diedro.
O primeiro vôo com o 14-Bis
Em 23 de outubro de 1906, Santos Dumont realiza com o 14-Bis o histórico vôo de 60 metros, ganhando o prêmio Archdeacon, oferecido ao primeiro avião que decolasse por seus próprios meios e percorresse uma distância horizontal de 25 metros. Era a primeira vez que um vôo completo se realizava, sendo confirmado pelas autoridades aeronáuticas.
Depois de algumas pequenas modificações, em 12 de novembro de 1906, Santos Dumont parte para outro histórico vôo com seu 14-Bis: percorrendo 220 metros a 6 metros do solo, ele conquista o prêmio do Aeroclube de France, oferecido ao primeiro avião que decolasse por seus próprios meios e percorresse uma distância horizontal de 100 metros.
A popularidade de Santos Dumont aumenta. Suas descobertas e invenções passam a influenciar os pesquisadores e cientistas do campo da aeronáutica em todo o mundo.
Diferente de suas primeiras invenções, o 14-Bis era grande e pesado. Embora bem sucedido em seus vôos pioneiros, Santos Dumont percebe que a configuração canard não era a ideal. Assim, busca novamente a configuração convencional, ou seja, com o motor colocado na parte da frente e a cauda atrás. E volta as suas idéias iniciais: conceber aeronaves pequenas, leves e fáceis de pilotar. O resultado foi o desenvolvimento do Demoiselle, seu avião de maior sucesso.
Depois de algumas pequenas modificações, em 12 de novembro de 1906, Santos Dumont parte para outro histórico vôo com seu 14-Bis: percorrendo 220 metros a 6 metros do solo, ele conquista o prêmio do Aeroclube de France, oferecido ao primeiro avião que decolasse por seus próprios meios e percorresse uma distância horizontal de 100 metros.
A popularidade de Santos Dumont aumenta. Suas descobertas e invenções passam a influenciar os pesquisadores e cientistas do campo da aeronáutica em todo o mundo.
Diferente de suas primeiras invenções, o 14-Bis era grande e pesado. Embora bem sucedido em seus vôos pioneiros, Santos Dumont percebe que a configuração canard não era a ideal. Assim, busca novamente a configuração convencional, ou seja, com o motor colocado na parte da frente e a cauda atrás. E volta as suas idéias iniciais: conceber aeronaves pequenas, leves e fáceis de pilotar. O resultado foi o desenvolvimento do Demoiselle, seu avião de maior sucesso.
Santos Dumont pilotando seu Demoiselle
Em 1909, voando no Demoiselle, Santos Dumont consegue demonstrar que o aparelho era estável e seguro. Não quis patentear seu invento. Com isso, incentivou a construção de cópias e impulsionou a história da aviação, disponibilizando seus projetos a quem quisesse fazer uso deles.
Inúmeros Demoiselle fora construídos no mundo todo, iniciando-se a atividade de pilotos profissionais, como Roland Garros (1888 - 1918).
Em 1910, Santos Dumont encerra suas atividades de aviador e passa a dedicar-se à divulgação da aviação, mostrando ao mundo as possibilidades de um invento ainda tão recente.
Todos os primeiros recordes mundiais da aviação confirmados oficialmente são de Santos Dumont. Foi ele quem favoreceu de maneira decisiva o desenvolvimento da aviação e da engenharia aeronáutica em todo o mundo. E, num exemplo de grandeza humanitária, deixou para o domínio público os resultados de seus trabalhos, os conceitos que desenvolveu e os projetos que criou.
Fonte BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson - Ciências- Física e Química. 3ª ed. Ática, 2009. P. 59, 60, 61.
Fotos WWW
Carlos Barros:
Licenciado em História Natural pela Universidade Católica da Bahia;
Ex-professor da rede oficial de ensino do Estado da Bahia;
Ex-membro do Conselho Estadual de Educação do Estado da Bahia.
Wilson Roberto Paulino:
Engenheiro-Agrônomo e professor licenciado em Biologia
Autor de: Biologia atual (3 v.), Biologia - Série Novo Ensino Médio
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