Na Academia Brasileira de Ciências, fundada em 1916 e baseada no modelo da Academia Francesa de Ciências, desde a década de 1920 já se falava na criação de um Conselho de Pesquisas, o que foi sugerido ao governo do Presidente Getúlio Vargas em 1931. Este enviou ao Congresso Nacional uma proposta para a criação de um conselho de pesquisas experimentais voltado para a agricultura. Nada aconteceu.
Somente as bombas atômicas, lançadas em 1945 sobre Hiroshima e Nagasaky, foram capazes de sensibilizar [pelo susto] os parlamentares brasileiros quanto à importância das pesquisas tecnológicas. No ano seguinte o Engenheiro-Geógrafo Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança junto à ONU, propôs ao governo brasileiro a criação de um conselho de pesquisa. Mas foi só em 1948, motivado pela fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, criada por um grupo de cientistas e amantes leigos da ciência, que o governo "acordou" e resolveu levar adiante a idéia. Então o projeto da criação do conselho foi apresentado aos deputados, e em 1949 o Presidente Dutra designou uma comissão especial para apresentar um anteprojeto de lei para a criação do Conselho de Pesquisas, o que resultou em diversos debates entre comissões, até o desfecho favorável.
Foi então nomeado como primeiro presidente do Conselho Nacional de Pesquisas o seu próprio idealizador, Álvaro Alberto, que acreditava que o desenvolvimento de um país deve-se, sobretudo, à pesquisa científica e tecnológica, o que só é possível com um investimento forte no potencial humano.
Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva.
Graças a iniciativas alicerçadas lá no começo do século vinte, milhares de alunos de graduação, mestrandos, doutorandos e professores das universidades brasileiras têm desenvolvido suas pesquisas, amparados pelo rígido e superestruturado suporte do que é hoje o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [que mantém a antiga sigla "CNPq"], ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e cuja sede fica na Asa Norte de Brasília, DF.
Sede do CNPq em Brasília, DF.
As fotos são do arquivo do CNPq.
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