A criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia - onde rebeldes tentam derrubar o governo do coronel Muammar Kadafi - criou um "cenário" em que os três modelos de aeronaves de combate que disputam a venda para Força Aérea Brasileira (FAB) podem exibir suas capacidades de combate aéreo-militar.
França, Estados Unidos e Suécia, respectivamente fabricantes do Rafale, F18 e Gripen, lançam esses caças em missões de guerra sob o céu do deserto africano, tendo como alvo a Líbia, na expectativa de uma performance capaz de seduzir o governo brasileiro, disposto a renovar o arsenal da FAB.
Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil decidiu pela compra de 36 caças Rafale, no custo total de R$ 10 Bilhões. Com a posse de Dilma Rousseff na Presidência, o Francês Rafale foi descartado e os Estados Unidos tenta acertar a venda do F-18.
A Suécia, com o seu Gripen, continua na disputa, mesmo porque, a própria FAB, em um certo momento, defendeu a compra desse caça. Entretanto, nos bastidores militares, há quem diga que o caça ideal para a FAB seria o russo Sukhoi. Entretanto, a Rússia não está na disputada com Estados Unidos, França e Suécia pela venda ao Brasil de caças de guerra.
Por conta de tudo isso, a presidente Dilma Rousseff jogou água fria na disputa e anunciou que somente em 2012 irá decidir qual caça vai comprar para a FAB, o que chegou, até antes do conflito interno na Líbia, a desacelerar a disputa entre Estados.
Mas, com o conflito interno na Líbia, Estados Unidos, França e Suécia aproveitaram o cenário de guerra local para exibirem o potencial de combate e destruição de seus caças.
Resta, então, a triste conclusão de que na guerra da Líbia, onde milhares de vidas humanas e toda a infraestrutura daquele País são diariamente destruídas, Estados Unidos, França e Suécia, insensivelmente, fazem desse conflito um meio para obterem lucros financeiros.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU.
Um comentário:
Ainda que o Sukhoi possa ser o caça ideal para o Brasil, o "pé atrás" nem é com ele em si, ainda que também ofereça transferência de tecnologia (!) como os demais. O problema é que a Rússia é um Estado politicamente multifacetado, sob eterna desconfiança, que daqui há alguns anos ninguém garante como estará, podendo em virtude disto deixar sob desamparo qualquer acordo eventualmente feito. Essa é a visão de alguns analistas.
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