sexta-feira, 17 de junho de 2011

SOWETO

1976, 16 de junho. Tudo que começou nesse dia teve como causa a discriminação racial. O Soweto era uma espécie de cidade-dormitório para negros que trabalhavam em Johannesburgo. Os jovens negros do lugar não estavam contentes com a imposição do idioma afrkaans (língua dos brancos), exigida nas escolas em, no mínimo, 50% do conteúdo curricular. Além disso tinham que pagar por seus estudos em colégios com turmas superlotadas, cujos professores eram [na sua maioria] desqualificados. Os jovens brancos, em contrapartida, frequentavam boas escolas públicas, gratuitas.

Assim, alguns jovens começaram a deixar de assistir as aulas e, em pouco tempo, milhares de alunos de sete escolas passaram a fazer o mesmo.

Em meio às canções de liberdade entoadas pelos estudantes, a polícia resolveu agir da pior maneira, e um estudante de 13 anos acabou morto com um tiro. Esse foi o resultado do primeiro dia da revolta estudantil no Soweto.
No dia seguinte o número de alunos mortos e feridos na passeata, como resultado da intervenção de uma polícia branca desastrada e truculenta, aumentou: foram 15 mortos e cerca de 200 feridos.
Após alguns dias, a revolução já não era apenas dos jovens, mas de todos os que acreditavem em uma vida melhor para os negros.

O flagrante acima revela parte do chamado Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de março de 1960 - 16 anos antes da revolta do Soweto - "quando a polícia abriu fogo sobre civis negros que protestavam contra as leis do passaporte que eles consideravam discriminatórias. As leis de passaporte restrigiam-lhes o acesso a determinadas áreas e obrigavam-nos a trazer sempre os passes. Nesse massacre morreram 69 pessoas e 178 ficaram feridas". (Wikipédia).

O Soweto se tornou um símbolo internacional contra o racismo onde os negros, oprimidos pela minoria branca racista, nunca desistiram de buscar seus direitos de cidadãos sul-africanos.
Soweto - Djavan

"A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais (negros, brancos, de cor, e indianos), segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de 1958, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantusões, quatro das quais se tornariam estados independentes de fato. A essa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos."
(Wikipédia)

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