Lançada em 1966, "C’era un Ragazzo che Come Me Amava i Beatles e i Rolling Stones", de Migliacci e Lusini, interpretada por Gianni Morandi, é uma música que fala de um jovem americano que, como muitos da sua geração, amava os Beatles, os Rolling Stones e todas as garotas que conseguisse conquistar, tocando sua guitarra. Mas ele foi convocado pelo exército para a guerra, a Guerra do Vietnam. Teve que cortar o cabelo e trocar sua guitarra por um instrumento cuja única nota obtida era "r-ra-ta-ta-tah".
A música, gravada [em português] no ano seguinte pelos "Incríveis", fez grande sucesso no Brasil no final dos anos 60. Em 1990 os "Engenheiros do Hawaii" resolveram tirá-la do baú, incluindo-a no seu LP [que a essa altura já estava de saída para dar lugar ao CD] "O Papa é Pop".
Nem os italianos que a compuseram, nem os brasileiros que a trouxeram para o Brasil estavam a par do que realmente acontecia na guerra onde milhares de americanos e vietnamitas estavam sujeitos à própria sorte.
De 08 de março de 1965, quando chegaram os primeiros americanos no Vietnam, até 30 de abril de 1975, dia em que o último punhado de homens a serviço dos EE.UU. deixou o país, 58.132 americanos tinham perdido a vida no conflito.
A Guerra do Vietnam repercutiu no mundo inteiro, mas foi - não poderia deixar de ser - nos EE.UU. que ela provocou as maiores ondas de protesto. Em novembro de 1969 uma impressionante marcha com 250 mil pessoas foi realizada nas ruas de Washington, onde a opinião pública clamava pelo fim da guerra. Em 1970, estudantes de cerca de quatrocentas faculdades americanas encenaram protestos contra a Guerra do Vietnam em várias cidades, reforçando a mensagem explícita do movimento pacifista hippie, originário de São Francisco/Califórnia, que há pelo menos 5 (cinco) anos vinha desempenhando o papel mais importante nessas manifestações com o lema "Make Love Not War" e o símbolo da paz, representado por um "Y" [de cabeça para baixo] inscrito em um círculo.
Os hippies que até então eram considerados figuras estranhas e personas non gratas à sociedade americana, começaram a ganhar notoriedade no mundo todo, e instalou-se também no Brasil a onda hippie, a qual teve um incentivo pra lá de notório, o Festival de Woodstock, um evento musical que ocorreu de 15 a 18 de agosto de 1969, e que, por incrível que possa parecer, não foi em Woodstock/NY, mas sim em Bethel/NY, nas terras do fazendeiro Max Yasgur, a 100 quilômetros de distância, tudo porque os moradores de Woodstock não aceitaram a realização do evento que foi originalmente denominado "An Aquarian Exposition: 3 Days of Peace & Music".
Max recebeu U$ 50 mil pelo aluguel das terras, mas pela ousadia de ter permitido que uma multidão de hippies se acercasse da cidade, foi ameaçado, inclusive de morte. Para saber mais sobre Max Yasgur, clique aqui
No Brasil o movimento hippie foi melhor representado pelo Tropicalismo, cuja irreverência e capacidade de improvisação, aliada ao consumo de alucinógenos, deram asas ao psicodelismo, onde a música desempenhou papel fundamental como veículo agregador de grupos cada vez maiores de pessoas unidas pela mesma motivação. Foi daí que vieram as calças boca-de-sino, as camisas coloridas, os medalhões - inclusive aqueles com o tal "Y" invertido -, os cinturões de couro com fivelas grandes, os cabelos bem compridos ou, quando não era possível, os cabelos bem engruvinhados à black-power, os bigodões à moda Rivelino, etc. E se a gente pensar bem, os hippies andam por aí até hoje, meio diluídos - é verdade - mas ainda se vê um pessoal bem despojado pelas ruas de todo o Brasil.
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A palavra ‘Hippies’, – de hip, hipsters, que vem de hep, que quer dizer, estar por dentro, descolado, bacana, – saiu na imprensa pela 1ª vez, no artigo “A New Haven For Beatniks”, em 5 de setembro de 1965, assinado pelo jornalista de San Francisco, CA., Michael Fallon. Nesse artigo ele escreve sobre o “Blue Unicorn”, um coffee house, usando o termo hippie para se referir à nova geração de beatniks que se mudaram de North Beach para Haight-Ashbury, distrito de S. Francisco. Mas tornou-se massificado pela mídia a partir de 1967, depois que o colunista Herb Caen, do “Crônica de S. Francisco”, passou a se referir a hippies, em suas colunas diárias. Segundo Malcolm X, a palavra hippy, que aparece na língua Wolof do oeste africano, tem reminiscências no fim dos anos 40 no Harlem e era usado para descrever um tipo específico de ‘branco’ que age de forma mais ‘negro’ que os negros.
http://psicodeliabrasileira.wordpress.com/
Nem os italianos que a compuseram, nem os brasileiros que a trouxeram para o Brasil estavam a par do que realmente acontecia na guerra onde milhares de americanos e vietnamitas estavam sujeitos à própria sorte.
De 08 de março de 1965, quando chegaram os primeiros americanos no Vietnam, até 30 de abril de 1975, dia em que o último punhado de homens a serviço dos EE.UU. deixou o país, 58.132 americanos tinham perdido a vida no conflito.
A Guerra do Vietnam repercutiu no mundo inteiro, mas foi - não poderia deixar de ser - nos EE.UU. que ela provocou as maiores ondas de protesto. Em novembro de 1969 uma impressionante marcha com 250 mil pessoas foi realizada nas ruas de Washington, onde a opinião pública clamava pelo fim da guerra. Em 1970, estudantes de cerca de quatrocentas faculdades americanas encenaram protestos contra a Guerra do Vietnam em várias cidades, reforçando a mensagem explícita do movimento pacifista hippie, originário de São Francisco/Califórnia, que há pelo menos 5 (cinco) anos vinha desempenhando o papel mais importante nessas manifestações com o lema "Make Love Not War" e o símbolo da paz, representado por um "Y" [de cabeça para baixo] inscrito em um círculo.
Os hippies que até então eram considerados figuras estranhas e personas non gratas à sociedade americana, começaram a ganhar notoriedade no mundo todo, e instalou-se também no Brasil a onda hippie, a qual teve um incentivo pra lá de notório, o Festival de Woodstock, um evento musical que ocorreu de 15 a 18 de agosto de 1969, e que, por incrível que possa parecer, não foi em Woodstock/NY, mas sim em Bethel/NY, nas terras do fazendeiro Max Yasgur, a 100 quilômetros de distância, tudo porque os moradores de Woodstock não aceitaram a realização do evento que foi originalmente denominado "An Aquarian Exposition: 3 Days of Peace & Music".
Max recebeu U$ 50 mil pelo aluguel das terras, mas pela ousadia de ter permitido que uma multidão de hippies se acercasse da cidade, foi ameaçado, inclusive de morte. Para saber mais sobre Max Yasgur, clique aqui
No Brasil o movimento hippie foi melhor representado pelo Tropicalismo, cuja irreverência e capacidade de improvisação, aliada ao consumo de alucinógenos, deram asas ao psicodelismo, onde a música desempenhou papel fundamental como veículo agregador de grupos cada vez maiores de pessoas unidas pela mesma motivação. Foi daí que vieram as calças boca-de-sino, as camisas coloridas, os medalhões - inclusive aqueles com o tal "Y" invertido -, os cinturões de couro com fivelas grandes, os cabelos bem compridos ou, quando não era possível, os cabelos bem engruvinhados à black-power, os bigodões à moda Rivelino, etc. E se a gente pensar bem, os hippies andam por aí até hoje, meio diluídos - é verdade - mas ainda se vê um pessoal bem despojado pelas ruas de todo o Brasil.
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A palavra ‘Hippies’, – de hip, hipsters, que vem de hep, que quer dizer, estar por dentro, descolado, bacana, – saiu na imprensa pela 1ª vez, no artigo “A New Haven For Beatniks”, em 5 de setembro de 1965, assinado pelo jornalista de San Francisco, CA., Michael Fallon. Nesse artigo ele escreve sobre o “Blue Unicorn”, um coffee house, usando o termo hippie para se referir à nova geração de beatniks que se mudaram de North Beach para Haight-Ashbury, distrito de S. Francisco. Mas tornou-se massificado pela mídia a partir de 1967, depois que o colunista Herb Caen, do “Crônica de S. Francisco”, passou a se referir a hippies, em suas colunas diárias. Segundo Malcolm X, a palavra hippy, que aparece na língua Wolof do oeste africano, tem reminiscências no fim dos anos 40 no Harlem e era usado para descrever um tipo específico de ‘branco’ que age de forma mais ‘negro’ que os negros.
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