terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A ORIGEM DO CONCRETO ARMADO

As Termas de Caracalla foram resultado de uma ambiciosa política de obras impostas pelo imperador romano Marcus Aurelius Antoninus (188 - 217), mais conhecido como Caracalla - que na realidade é o nome de um manto gaulês com capuz, usado por ele. Construídas entre os anos 212 e 217, as tais termas são o primeiro exemplo que se conhece de associação de barras metálicas a pedras ou argamassa com a finalidade de aumentar a resistência das construções.

Fig. 1 - Termas de Caracalla
A partir dos primórdios do século XV, durante a recuperação das ruínas dessas termas, descobriram-se barras de bronze dentro da argamassa de pozzolana - rocha de origem vulcânica constituída por uma mistura de areia, argila e silte - em estruturas que, sem apoio, cobriam distâncias muito grandes para a época. Muitos anos depois, entre 1764 e 1790, a associação aço/pedra natural foi utilizada pelo arquiteto Jean-Baptiste Rondelet (1743 - 1829) na construção da estrutura da Igreja de Santa Genoveva, em Paris, hoje chamada Panthéon de Paris.
Fig. 2 - projeto arquitetônico da Igreja de Santa Genoveva
 Concebido pelo [também] arquiteto Jacques Germain Soufflot (1713 - 1780), o projeto da igreja previa poucas colunas na fachada, segundo ele "para agregar a leveza do gótico com a pureza da arquitetura grega". Assim, havia a necessidade de executar grandes vigas com o objetivo de transferir as elevadas cargas da superestrutura para as fundações.

Rondelet utilizou barras longitudinais retas nas zonas de tração e barras transversais para evitar o cisalhamento - tensão gerada por forças perpendiculares à maior dimensão de uma estrutura, que incidem na mesma direção, mas em sentidos opostos - nas vigas executadas com pedra lavrada. As barras eram enfiadas através de furos feitos [artesanalmente] nas pedras, e os espaços vazios eram preenchidos com argamassa de cal. Não faltaram nem as barras dobradas - barras longitudinais dobradas entre 30 e 45 graus para absorver os esforços de cisalhamento das estruturas, adotadas em projetos de engenharia até meados da década de 1960. Pronto! Deu-se por inventada a conjunção ferro/pedra para a execução de estruturas.

Em 1824, portanto passados 34 anos do término da obra pioneira, o empresário Joseph Aspdin (1778 - 1855) fez algumas experiências utilizando misturas de pó de pedra calcária e argila, as quais eram queimadas e depois moídas. Aos materiais obtidos dessas misturas eram acrescentadas quantidades experimentais de água, e o resultado vinha sob a forma de um certo tipo de argamassa que depois de seca ficava dura como pedra. O produto final era parecido com um tipo de rocha encontrado na ilha britânica de Portland, semelhante, inclusive em resistência e durabilidade. Aspdin patenteou o produto com o nome de Cimento Portland.

Cerca de 20 anos depois, Isaac Charles Jonhson (1811 - 1911) começou estudos relacionados ao processo da queima da mistura inventada por Aspdin. Elevou a temperatura para 1400ºC e obteve, após a moagem, um produto mais fino e mais resistente que os anteriores.

Por volta de 1850 o engenheiro francês Joseph Louis Lambot (1814 - 1887) efetuou suas primeiras experiências práticas no que diz respeito à introdução de ferragens  em massas de cimento. A suposição baseia-se no registro da data de uma obra sua nas Forjarias Carcès - estabelecimento localizado na comunidade de Carcès, departamento de Var, sul da França - onde foi construída uma parede de argamassa armada com grande número de barras [finas] de ferro. Mas antes, em 1849, ele já estava construindo um barco feito de "cimento armado" que não só flutuou, como navegou no lago de sua propriedade em Miraval, departamento de Var, no sul da França. É provável que tenha usado uma malha de barras finas de ferro entrelaçadas, entremeadas com barras mais grossas, usando essa malha como gabarito para obter o formato adequado para o barco.

O barco de Lambot foi por ele apresentado, juntamente com um pedido de patente, na Exposição Universal de Paris de 1855. Ele imaginava que seu barco [de cimento armado] chamaria muito mais atenção do público do que o normal, garantindo então mais oportunidades para usar o tal cimento armado em obras. Porém seu objetivo não foi atingido, uma vez que ninguém considerou ser de alguma valia a sua invenção. O uso do cimento armado para a construção de navios foi descartado pelos funcionários da Administração da Marinha de Toulon por considerarem inadequado o novo material.
Fig. 3 - Barco de Lambot (1849)



Entretanto, entre os visitantes da exposição, estava um comerciante de plantas ornamentais, horticultor e paisagista, que não dava a mínima importância para regulamentos ou normas técnicas, principais observações dos engenheiros. Ele enxergava o barco de Lambot com outros olhos. Seu nome era Joseph Monier (1823 - 1906).

Monier tinha grandes problemas com as caixas de madeira ou cerâmica onde, em estufas, acomodava as laranjeiras em crescimento durante o inverno. Em contato com a terra úmida, as caixas quebravam ou apodreciam rapidamente. Ao ver o barco de cimento armado, imaginou que o material utilizado para construí-lo serviria para fazer suas caixas de terra. Provavelmente não teria pensado nisso se, ao invés de se deparar com um barco, tivesse visto, por exemplo, uma laje.

Lambot, apesar de ser engenheiro, não foi convincente em suas argumentações junto às associações de normas técnicas da época; Monier, por outro lado, sem a pretensão de convencer ninguém, aproveitou a ideia de Lambot e passou a construir suas caixas de plantas de cimento armado, do que jeito que melhor lhe parecia ficar. Com as malhas de ferro dava os formatos que queria às suas caixas e vasos e, com cimento, preenchia os espaços e efetuava o cobrimento da armadura.

Monier produziu, utilizou e vendeu [em vários formatos e tamanhos] grande quantidade dos seus vasos e caixas de cimento armado. Gostou tanto dessa atividade que desistiu de ser paisagista, horticultor e comerciante de plantas ornamentais, para se dedicar à nova arte. Imaginou que todas as peças fabricadas com esse material deveriam ter a finalidade específica de entrar em contato com a água. Assim, seus primeiros artefatos de cimento foram bacias, caixas d'água e tubos para encanamentos. Entre 1868 e 1873 construiu: um reservatório de 25 m³; um reservatório de 180 m³ para a estação da estrada de ferro de Alençon; um reservatório de 200 m³ [suportado por pilares] em Nogent-sur-Marne.

Em 1875 construiu uma ponte de 16,5 metros da vão e 4,0 metros de largura nas propriedades do Marquês de Tillière. A partir de então, atento aos negócios, começou  a registrar patentes de tudo o que fazia, expandindo seu trabalho de construção em cimento armado para outros países da Europa, passando a ser considerado como o inventor do concreto armado. Na Alemanha o termo Monierbau é, ainda hoje, sinônimo de Concreto Armado.
Fig. 4 - Primeira ponte construída [por Joseph Monier] em cimento armado, imitando aparência de troncos e ramificações de árvores

Na América, quase à época em que Lambot patenteava seu barco, um advogado dotado de grande capacidade inventiva, também fazia suas experiências, mostrando-as a um reduzido círculo de amigos. Só mais tarde, em 1877, Thaddeus Hyatt (1816 - 1901) publicou seus ensaios, com um título que mais parece título de tese de mestrado ou doutorado: "An Account of Some Experiments with Portland-Cement-Concrete, Combined with Iron as a Building Material with Reference to Economy of Construction and for Security Against Fire in the Making of Roofs, Floors and Walking Surfaces".

Hyatt conseguiu decifrar o verdadeiro papel da armadura no trabalho com o concreto, enxergando a composição ferro/concreto como uma peça única e compreendendo a necessidade de uma armadura transversal muito bem ancorada, tal como o atual estado de conhecimento sobre concreto determina em norma.

De seus ensaios Hyatt obteve as seguintes conclusões:
  • O concreto deve ser considerado como um material de construção resistente ao fogo;
  • Para que a resistência ao fogo possa ser garantida, o ferro deve estar totalmente envolvido por concreto;
  • O funcionamento em conjunto do concreto com ferro chato ou redondo é perfeito e constitui uma solução mais econômica do que com o uso de perfis "I" como armadura;
  • O coeficiente de dilatação térmica dos dois materiais é suficientemente igual;
  • A relação dos módulos de elasticidade deve ser adotada igual a 20;
  • Concreto com ferro do lado tracionado presta-se não somente para estruturas de edificações como também para construções de abrigos.
Thaddeus Hyatt foi o primeiro a compreender profundamente a necessidade de uma boa aderência entre o concreto e o ferro, bem como do posicionamento correto das barras de ferro para que este material fosse eficaz na obtenção da resistência do produto final. Portanto, Hyatt foi, de fato, o grande precursor do concreto armado da forma como hoje o conhecemos.
Fig. 5 - Vigas de ensaio de Hyatt, com indicação das armaduras e das trincas

Na Alemanha o engenheiro alemão Gustav Adolph Wayss (1851 - 1917) obteve as patentes de Monier, compradas anteriormente [em 1884] pelas firmas Freytag e Heidschuch e Martenstein e Josseaux. Seu entusiasmo originou-se de uma visita à Exposição Universal de Antuérpia, em 1879, quando viu as peças de concreto construídas pelo engenheiro francês François Hennebique (1842 - 1921). O primeiro passo de Wayss foi fundar em Berlin a empresa "Aktiengesellschaft für Beton - und Monierbau". Porém, o novo processo construtivo despertou incertezas e desconfianças, levando-o a investir muitos recursos em ensaios para demonstrar, mediante provas de carga, que existiam vantagens econômicas na utilização de armaduras de ferro dentro do concreto. O órgão público de fiscalização designou, então, o engenheiro Mathias Koenen (1849 - 1924) para conduzir os ensaios de corpos de prova, e ele concluiu que a função da armadura de ferro era absorver as tensões de tração, enquanto o concreto [sozinho] resistia às compressões. Estavam, portanto, elucidadas as dúvidas sobre a eficácia das construções em concreto armado, e daí para frente os estudos na área foram crescendo em escala exponencial.

A primeira obra em concreto armado no Brasil foi uma ponte de 9,0 metros de vão, projetada pelo engenheiro François Hennebique e executada pelo empreiteiro Echeverria, no Rio de Janeiro, em 1908.

Fig.1 - http://escola.britannica.com.br/assembly/172961/Ruinas-das-Termas-de-Caracalla-um-complexo-de-banhos-publicos
Fig.2 - http://historiadeartemartab.blogspot.com.br/2010/11/arquitectura-neoclassica.html
Fig.3 - http://www.expositions-universelles.fr/1855-exposition-universelle-paris.html
Fig.4 - http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/monier/monier_parte1.pdf
Fig.5 - http://www.ebah.com.br/content/ABAAABi3IAH/2010-tfc-juliano-ricardo

Bibliografia: SANTOS, Lauro Modesto dos. CÁLCULO DE CONCRETO ARMADO. P.37 - 46.




terça-feira, 9 de dezembro de 2014

PANELA DO CANDAL - BAGÉ, RS

A Panela do Candal - desconheço a origem do nome - seria um lugar magnífico se não fosse o estrago ambiental causado pela nossa própria população ao longo do tempo.

Pela lógica, as nascentes dos rios são livres de poluição, o que não é o caso do nosso Arroio Bagé, nascente do Rio Negro que é o principal rio do Uruguay e atravessa todo o país vizinho - desde a província de Cerro Largo até a junção das províncias Rio Negro e Soriano, como se fosse um traço reto de nordeste a sudoeste. Depois, desemboca no Rio Uruguai/Uruguay que por sua vez deságua no Rio de la Plata e, por fim, tudo acaba no Oceano Atlântico.
Vista [Google Earth] da Panela do Candal, sobre a ponte da Rua Emílio Guilain - Bagé, RS
Em resumo, muitos dos coliformus restartuais pignomentrais sódium bajeenses - "bajeenses" com "J" mesmo, porque, segundo os letrados, é assim que se escreve o nome gentílico de quem nasce [ou mora] na cidade de Bagé - vão parar em Punta del Este. Olha só que glamour!

sábado, 8 de novembro de 2014

TIM MAIA, O FILME

Tim Maia, o  filme, baseado no livro "Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", de Nelson Motta, na minha opinião, não retrata, de verdade, a vida do cara. Não que o filme seja ruim! Pelo contrário, é muito bom! Mas a história do Tim - descrita por Nelson Motta - é tão rica em detalhes que seria difícil retratá-la com fidelidade em apenas duas horas e vinte minutos.

Apesar de, assistindo o filme, ter me emocionado com as lembranças que eu tinha do cantor/compositor e do talento e genialidade do cara e das coisas que ele aprontava, não consegui me convencer com a performance do ator Babu Santana que o representou na fase adulta. Não deu liga. Faltou alguma coisa que eu não sei o que é. Talvez porque Tim Maia seja incomparável e inimitável.

Incomparável e inimitável, o Tim Maia de verdade era este aí.

YouTube/Filipe Zingano

P.S.: O "Roberto Carlos" (George Sauma)" e o "Carlos Imperial" (Luís Lobianco) também não convenceram. Aliás, foram péssimos.

  

O APOCALIPSE SEGUNDO VLADIMIR MANJUKHIN

2012, 21 de dezembro. Segundo algumas crenças populares baseadas no calendário maia, nessa data acontecimentos catastróficos abalariam o planeta Terra, transformando o mundo que conhecemos em ruínas. Os sobreviventes seriam os "escolhidos", considerados como pessoas espiritualmente preparadas para iniciar uma nova era.

Foi, talvez, pensando nisso que o designer russo Vladímir Manjukhin resolveu usar, através da computação gráfica, uma combinação de fotos de prédios  parcialmente destruídos [de lugares diversos] e imagens turísticas de Moscou.

O resultado do trabalho do famoso artista, mais conhecido pelo apelido mvn78, foi apresentado [em 2012] na Gazeta Russa como "Moscou Após O Apocalipse". Confira as imagens, abaixo.














segunda-feira, 3 de novembro de 2014

UM CASAMENTO REAL

1947, 20 de novembro. Da sacada do Palácio de Buckingham, em Londres, o Príncipe Philip - Duque de Edimburgo - e a Princesa Elizabeth - hoje Rainha Elizabeth II - logo após a cerimônia do seu casamento, saúdam a multidão que desde a noite do dia anterior aguardara junto às calçadas das ruas de Londres, ao longo do [que seria o] caminho do cortejo real, o desenrolar da cerimônia.
Da esquerda para a direita: o Rei George VI, a Princesa Margaret, Lady Mary Cambridge, a noiva e o noivo, a Rainha Elizabeth e a Rainha Mary (viúva do Rei George V).
Uma multidão muito animada enfrentou uma temperatura não muito fria - ainda bem - durante a madrugada do dia 20 de novembro, aguardando, ansiosa, a manhã de quinta-feira. O casamento ocorreria às 11:30 h e o desfile real, logo após.
Fotos: Associated Press

sábado, 1 de novembro de 2014

A LENDA DO NEGRINHO DO PASTOREIO

Contada [a partir do final do século XIX] pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão, a lenda do Negrinho do Pastoreio é, de todas, a mais popular do Rio Grande do Sul, com versões mais brandas [para crianças] ou chocantes, dependendo do público alvo.

Em seu livro Lendas do Sul, o escritor pelotense João Simões Lopes Neto (Pelotas, 09/03/1865 - Pelotas, 14/06/1916) conta a história de um menino negro, ainda pequeno, escravo de um estancieiro muito mau. O menino não tinha nome, nem padrinhos. Ele dizia que era afilhado da Virgem Maria e era conhecido apenas como Negrinho.

Escravo, e [ainda por cima] órfão, o menino era maltratado por todos, principalmente pelos filhos do estancieiro, sofrendo inúmeros castigos e barbaridades.
Ao perder alguns cavalos de seu senhor, foi chicoteado sem piedade. Seu corpo, então, moribundo foi jogado sobre um enorme formigueiro para que as formigas o devorassem.

No dia seguinte, o estancieiro, atormentado e arrependido, correu ao local e não mais encontrou o menino. Em vez disso, viu Nossa Senhora, indicando que o menino agora estava no céu. E viu também o Negrinho com a pele sem marcas e feliz, montado em um cavalo baio, pastoreando uma tropilha de cavalos invisíveis. A partir de então passaram a ser vistos muitos pastoreios, tocados por um menino negro montado em um cavalo baio.
Negrinho do Pastoreio - Gineteando o baio nos céus
Aldo Locatelli / Palácio Piratini, PoA, RS
Origem da foto: http://taislc.blogspot.com.br/2010/03/aldo-locatelli.html

A tradição popular concedeu ao Negrinho do Pastoreio poderes sobrenaturais, e ele foi canonizado, possuindo, hoje, inúmeros devotos.
O Negrinho do Pastoreio encontra objetos perdidos, bastando prometer e acender-lhe um toquinho de vela que será dado por ele à sua madrinha. Em algumas versões, oferece-se também, um naco de fumo para o menino.

Esta postagem vai para o meu amigo Carlos Moacir Moa

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

TRABALHANDO NA ISS QUEST

2014, 09 de outubro. Tendo a Terra como plano de fundo, os astronautas Reid Wiseman, da NASA, e Alexander Gerst (que aqui não aparece), da Agência Espacial Europeia, efetuam, entre outras atividades, um reparo em uma bomba de refrigeração do sistema da Estação Espacial Internacional Quest.
Foto: NASA/REUTERS
O trabalho fora do módulo Quest (Joint Airlock Module) durou 6 horas e 13 minutos e se constituiu no primeiro dos três passeios espaciais programados para a tripulação da Expedição 41 - atual missão na Estação Espacial Internacional, que iniciou em setembro de 2014, com término previsto para março de 2015.
Fonte: The Telegraph

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ARY RONGEL

Construído na Noruega pela companhia Georg Eides Sonner AS, com sede em Hoylandsbygd/Hordaland, e lançado em 22 de janeiro de 1981, o navio oceanográfico Polar Queen, pertencente à empresa norueguesa G. C.Rieber Shipping A/S, de Bergen, executou serviços de apoio logístico no Mar do Norte e na Antártida, além de pesquisas sobre focas nas regiões austrais até meados de 1994.

O Polar Queen foi adquirido pelo Brasil e rebatizado como Ary Rongel, em homenagem ao hidrógrafo [autodidata] Ary dos Santos Rongel (1897-1978). Em 25 de abril de 1994 foi incorporado como substituto ao Barão de Teffé (H-42). Desde então o NApOc Ary Rongel (H-44) passou a se constituir em importante peça de apoio para as atividades relacionadas ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), mais especificamente à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e suas extensões antárticas. Contribui ainda com a coleta de dados meteorológicos, hidrográficos e oceanográficos relacionados aos projetos científicos da PROANTAR e às atividades desenvolvidas pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM). A tripulação é composta por até 72 homens (19 oficiais e 53 praças) e uma equipe de 22 cientistas.
Foto: Marinha do Brasil (2010)
Com 75,32 m de comprimento por 13,06 m de boca (largura máxima) e 6,20 m de calado, o Ary Rongel tem dois motores diesel Krupp-Mak 6M453Ak de 6 cilindros e é capaz de deslocar 3.600 toneladas e gerar 4.500 bhp (potência medida sem considerar-se as perdas causadas pela caixa de câmbio e demais componentes do motor).

Os motores são acoplados a um eixo protegido para navegação no gelo, composto por uma hélice chamada “hélice de passo controlável”, onde é possível promover-se uma mudança no ângulo das suas pás, em pleno movimento. O objetivo é proporcionar o melhor desempenho para uma particular condição de navegação.

À velocidade constante de 12 nós (a máxima é de 14,5 nós) e com um tanque para 790 toneladas de combustível e 60 dias de autonomia, o Ary Rongel é capaz de cobrir 17.000 milhas náuticas. A embarcação conta também com um sistema computadorizado de correção dinâmica de posição, composto por dois pares de propulsores acionados por motor elétrico - muito usados para atracar um navio lateralmente - chamados bow-thrusters(um de cada lado da proa) e stern-thrusters (um de cada lado da popa).

Outras características e equipamentos do Ary Rongel, cujo código internacional de chamada é PWAR:
  • 3 geradores de 200 kW;
  • 2 radares de navegação;
  • 1 porta de carga lateral 3,5 x 3 m;
  • 1 porta de carga lateral 2,75 x 2,5 m;
  • 1 guindaste com capacidade para 6 toneladas;
  • 1 guindaste do tipo “pau de carga” - para elevação e movimentação de materiais pesados até 25 toneladas;
  • 2 porões com capacidade de carga total de 1.760 m³;
  • 2 helicópteros Hélibras UH-12/13 Esquilo;
  • Convôo capaz de suportar aeronaves de até 5,8 toneladas.

Desde a sua incorporação à Marinha do Brasil até hoje, o Ary Rongel já realizou mais de vinte operações de apoio a projetos científicos entre o sul da América do Sul e continente antártico.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

JOE 90

Criada em 1960 pelo casal Gerry & Sylvia Anderson, "Joe 90" é uma série britânica de ficção científica filmada e produzida pela Century 21 Productions e pela Incorporated Television Company, e feita exclusivamente com marionetes.

Joe McClaine é um menino de 9 anos de idade que começa uma vida dupla depois que seu pai, que é cientista, inventa um dispositivo denominado BIGRAT (Brain Impulse Galvanoscope Record and Transfer) capaz de copiar e transferir ao cérebro humano uma quantidade significativa de conhecimentos e experiências. Através de um processo de transferência de dados, ele se transforma em um menino super-dotado, adquirindo conhecimento acadêmico avançado e, principalmente, habilidades militares. Então é recrutado, como agente especial - um James Bond mirim -, pela Rede Mundial de Inteligência (WIN), cujo objetivo é salvar vidas humanas e manter a paz mundial.


YouTube/José Maria Gobbo

Composta por 30 episódios, a série foi exibida no Reino Unido entre setembro de 1968 e abril de 1969. Essa, e outras séries filmadas com bonecos, foram exibidas no Brasil ainda no começo da década de 70. Quem [era guri e] morava no Rio Grande do Sul, na época, pôde acompanhar "Joe 90" pela TV Difusora, canal 10, de Porto Alegre.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

COMEMORANDO A VITÓRIA

Estes caras aí fizeram parte da 3ª Companhia de Comando, 11º Regimento de Infantaria (Regimento Tiradentes, de São João del Rei, MG), mais conhecido como Onze, da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que combateu na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Foto do acervo familiar do Cabo Jorge Nalvo, expedicionário da FEB. Fonte: Estadão
O registro fotográfico é comemorativo ao fim das ações bélicas na frente italiana, em 02 de maio de 1945.

O Onze e o Sampaio - 1º Regimento de Infantaria  (Regimento Sampaio, do Rio de Janeiro, GB) - constituíram o 1º escalão de combatentes brasileiros a se deslocar para o teatro de operações de guerra na Europa, em julho de 1944.

sábado, 27 de setembro de 2014

PONTE AÉREA: RÚSSIA/FAVELA DE SANTA MARTA

Rio de Janeiro, agosto/setembro de 2014. Elas vieram de longe para uma experiência de seis semanas que nunca imaginaram vivenciar.

Masha Mironyuk, de Chelyabinsk/Rússia, estudante de Relações Internacionais, e Maria Semenchenok, de Moscou/Rússia, licenciada em Engenharia Aeronáutica, tiveram a oportunidade de chegar ao Rio de Janeiro através de um intercâmbio organizado pela AIESEC - uma organização sem fins lucrativos gerenciada por jovens, em parceria com outras organizações e instituições ao redor do mundo, cujos objetivos são o engajamento e desenvolvimento da juventude através de experiências de alto impacto - e a UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Elas se hospedaram na Favela de Santa Marta, conhecida no mundo todo por ter sido o local escolhido por Michael Jackson como cenário para o seu clip "They Don't Care About Us", em 1996. Naquela época, morar em Santa Marta era sujeitar-se a viver sob o jugo da guerra entre facções do tráfico de drogas. Santa Marta foi a primeira favela a ser pacificada, em 2008, mas ainda enfrenta muitos problemas de infraestrutura como, por exemplo, a quase inexistência de saneamento básico.

"Eu não sabia o que era uma favela, apenas tinha ouvido falar, mas não podia imaginar tudo isso: as casinhas na montanha, as ruas estreitas e as centenas de escadarias. Na primeira semana que passei aqui, tive um verdadeiro choque cultural."
"(...) Vim para fazer um intercâmbio através de uma organização internacional de estudantes (...)."
"(...) Alguns dias antes de chegar, me fizeram uma proposta de viver em uma favela e eu aceitei. Foi assim que cheguei à Santa Marta."
"(...) Eu li que antes era perigoso e que agora está muito mais tranquilo. Quando me disseram que iríamos viver em uma favela, não me preocupei muito. Me pareceu uma oportunidade única para conhecer uma parte da cidade que nem todo mundo vê. O Rio de Janeiro não é feito apenas de bairros ricos em frente à praia."
Masha Mironyuk, 20 anos.

“Antes de chegar, eu pensava que uma favela era simplesmente um bairro pobre, mas na realidade é um pequeno universo cheio de pessoas e de casas, nas quais vivem não apenas os desfavorecidos. As pessoas são muito amáveis, falavam conosco e tentavam nos ajudar, apesar de não entendermos português."
“(...) Para mim foi uma grande experiência. A princípio, você só pensa na pobreza, mas depois de algum tempo se dá conta de que as pessoas são muito amáveis e que vivem em uma comunidade, como se fosse uma grande família. Foi muito bom sair da zona de conforto e conhecer outra realidade, porque o Rio é isso, uma cidade de grandes contrastes." 
Maria Semenchenok, 24 anos, que junto com Masha Mironiuk, deu aulas de criação de empresas, startup - situação que caracteriza um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza - e novos modelos de negócios a estudantes brasileiros. 

Uns dias depois do impacto inicial que durou uma semana, subir os 550 degraus que separam o local de onde se hospedaram até a rua, já não parecia tão difícil. Isso ocorre quando o teleférico, que sobe até o topo da favela, estraga. Quem fica para trás depois da meia-noite - horário de encerramento da linha - também só volta a pé.

"(...)Não viveu na favela quem ainda não subiu 550 degraus a pé e debaixo de chuva”, afirmou Masha Mironiuk, em tom de brincadeira.
A jovem, que já consegue entender [um pouco] o português falado no Brasil, retorna aos seus estudos, em Cheliabynsk, com uma bagagem cultural, pelo menos, diferenciada, e talvez um pouco triste por ter que ir embora. O Rio de Janeiro, por certo, ficará para sempre entranhado em suas boas lembranças.

Fonte: Gazeta Russa

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

JANTAR FARROUPILHA DO GRÊMIO FBPA

Fundado em 15 de setembro de 1903, portanto, há 111 anos, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense inaugurou seu primeiro estádio em 04 de agosto de 1904. O chamado Fortim da Baixada, localizado numa área [naquele tempo] conhecida como Schützverein Platz, entre as ruas Mostardeiro e Dona Laura, ao lado do atual Parque Moinhos de Vento, foi a casa do tricolor gaúcho durante 50 anos, ou seja, até a inauguração do Estádio Olímpico, em 19 de setembro de 1954.

Dentre as glórias alcançadas nos tempos de Baixada, destacou-se a conquista do Campeonato Farroupilha*, em 22 de setembro de 1935, com vitória [por 2 x 0] diante do SC Internacional.
Na época, a vitória gremista foi considerada um feito heroico pela forma como foi alcançada. O jogo estava empatado [em 0 x 0] até os 42 minutos do segundo tempo, e o empate daria o título para o Internacional, mas Foguinho e Laci, bem no final, consagraram o Grêmio. O técnico Sardinha I, emocionado, sugeriu que esse título fosse comemorado por mais um século.
Assim, desde 1935, em 22 de setembro, o Grêmio promove o Jantar Farroupilha, em alusão à lendária conquista.


Grêmio, Campeão Farroupilha/1935. Em pé: Artigas, Jorge, Luiz Luz, Lacy, Foguinho, Mascarenhas, Sardinha II, Brandão e Divino. Ajoelhados: Chico, Dario, Lara, Russinho e Torelly.

P.S.: Em 2014, o 79º Jantar Farroupilha foi realizado às 20 horas do dia 23 de setembro, no Restaurante Vitrine Gaúcha (DC Shopping - Rua Frederico Mentz, 1561 - Porto Alegre, RS).
 
*Denominação do Campeonato de Porto Alegre, no ano de 1935, em comemoração aos 100 anos da Revolução Farroupilha.

Imagem e inspiração: Cruz, Jairo**. SETENTA ANOS DE GRE-NAL. Edição Folha da Tarde, 06.10.1979.

**O Dr. Jairo Cruz, falecido em 10/04/2008, foi médico [não remunerado] do Grêmio entre 1956 e 1973 e conselheiro do clube de 1962 a 1977. Ele foi o primeiro médico e dirigente a criar o departamento médico no clube, equipando-o na época com o que havia de melhor para tratamentos de lesões em atletas.

sábado, 16 de agosto de 2014

UNINDO O ÚTIL AO [DES]AGRADÁVEL

Eastbourne, UK, 31 de julho de 2014. Quando percebeu que o cais estava em chamas, Louisa Foley, uma estudante residente na região, aproveitou a oportunidade para revelar-se como "celebridade".
Photo: Yoko8th / reddit

Não a condeno. Sem possibilidade alguma de ajudar no combate ao incêndio, era a sua hora de unir o útil ao [des]agradável. Assim, Louisa ensaiou uma pose de revista e "congelou" para a fotografia, valorizando suas belas curvas em um minúsculo biquini com estampa de jiboia. Naquele momento ela dava a impressão que estava fazendo um comercial de bebida. Enquanto isso, ao fundo, o pier de Eastbourne ia se desintegrando.

Desconfio que a musa, a partir de agora, aguarda convites para posar nua para a Playboy britânica.

Fonte The Telegraph
  

quinta-feira, 31 de julho de 2014

MULHERES & DOCES II

EE.UU., [possivelmente no final da] década de 40. Enquanto a atendente e a menina paralisam o semblante na direção do fotógrafo, a cliente [de chapéu] dirige um sorrateiro olhar para a porta do estabelecimento, desconfiada de ter sido seguida pelo marido. No momento em que leva o produto à boca, não há mais como disfarçar suas intenções. Se ele - o marido - descobrir que ela cedeu à tentação de comer um doce na snack bar, o regime de emagrecimento foi sabotado e o casamento estará desfeito. Daí a preocupação da mulher.
Photo: Amin Peyrovi

Alheio ao grave acontecimento, um desconhecido sorve [de canudinho] uma misteriosa bebida - recipiente encoberto pela presença da menina.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

BRANCURA RINSO


1953. No Brasil, até [pelo menos] essa data, botar as roupas de molho com uma pedra de anil - para deixar mais brancas as roupas brancas e dar um realce às cores das roupas coloridas -, alvejar [com água sanitária], esfregar, torcer, quarar - colocar as roupas brancas ensaboadas no sol para clareá-las ainda mais - e enxaguar, fazia parte da rotina das donas-de-casa, de acordo com as orientações passadas de mãe para filha desde... desde sempre.

 Prometendo um branco ainda mais branco, a Sociedade Anônima Irmãos Lever, filial brasileira da Unilever - empresa criada em 02 de setembro de 1929, um mês e meio antes da maior queda da bolsa de valores de Nova York - lançou o Rinso, primeiro sabão em pó fabricado no Brasil, à base de gordura e óleos vegetais. A fábrica ficava na Vila Anastácio, zona oeste da cidade de São Paulo.

Prevendo dificuldades na divulgação e utilização do produto, a empresa contratou demonstradoras que iam de porta em porta perguntando às donas-de-casa: "Posso usar seu tanque?" Assim, mostravam como se utilizava o novo produto. Em seguida, as demonstrações passaram a ser públicas, em tanques montados em parques, cinemas ou teatros e caminhões. Fizeram isto em mais de 120 cidades brasileiras.

Amparada pelo sucesso da mais nova forma de lavar roupa [ainda sem máquina], a Irmãos Lever resolveu lançar, em 1957, um "concorrente" para o seu Rinso. Nascia o OMO - acrônimo inglês para Old Mother Owl, cuja tradução literal é "Velha Mãe Coruja", um sabão em pó sintético, à base de matérias-primas químicas, e de coloração azul-claro, talvez em referência [ou reverência] às antigas pedras de anil, associadas a roupas, digamos, super-brancas.

¿O Rinso era verde-claro ou branco? Não lembro.

Enquanto isso, lá nos 60's, imaginando que o OMO era um "rival" do Rinso, eu prestava atenção sobre qual das duas marcas de sabão-em-pó era a preferida da minha mãe. Em seguida me dei conta que o fator principal da escolha dela era o preço. Ela comprava o que estava mais barato. Ora um, ora outro.

A crescente escalada da marca OMO deu a seus fabricantes a segurança de, aos poucos, abandonar seu primogênito. Assim, imagino que lá pelo início dos 70's, após perder mercado para o seu irmão caçula, o Rinso parou de ser fabricado no Brasil, mas de lá para cá muita gente por aqui, quando quer se referir a qualquer sabão-em-pó diz "Rinso".

Post scriptum para os saudosistas: 
Na Austrália, EE.UU., Indonésia e U.K. o Rinso ainda é fabricado.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

AS ESTRELAS DA BANDEIRA DO BRASIL



Foi o pintor Décio Vilares quem executou o primeiro desenho da atual bandeira do Brasil, assemelhada à bandeira do Império feita pelo francês Jean-Baptiste Debret. Ela foi implantada quatro dias após a proclamação da república, em 19 de novembro de 1889, a partir da ideia do filósofo e matemático Raimundo Teixeira Mendes, com a ajuda do também filósofo Miguel Lemos e do astrônomo Manuel Pereira Reis.

As estrelas sobre o campo azul da bandeira representam a disposição desses astros no céu do Rio de Janeiro, na manhã de 15 de novembro de 1889, às 08:30 h, tendo como centro o Cruzeiro do Sul que é interceptado por um eixo vertical imaginário até o infinito. Um suposto observador, fora da abóboda celeste, veria dessa forma as estrelas dispostas sobre a cidade do Rio de Janeiro.

Cada estrela representa um Estado do Brasil. Por exemplo: a estrela que se encontra acima da faixa “Ordem e Progresso” representa o Estado do Pará, que em 1889 era o maior território localizado acima da Linha do Equador.
Clique na imagem [para obter um zoom] e veja qual das estrelas representa o seu Estado.
Para visualizar o Estado correspondente a cada estrela da bandeira dê um zoom de 200%.


Estados
Estrelas
ACRE
Gama da Hidra Fêmea
ALAGOAS
Teta do Escorpião
AMAPÁ
Beta do Cão Maior
AMAZONAS
Procyon (Alfa do Cão Menor)
BAHIA
Gama do Cruzeiro do Sul
CEARÁ
Epsilon do Escorpião
DISTRITO FEDERAL
Sigma do Oitante
ESPÍRITO SANTO
Epsilon do Cruzeiro do Sul
GOIÁS
Canopus (Alfa de Argus)
MARANHÃO
Beta do Escorpião
MATO GROSSO
Sirius (Alfa do Cão Maior)
MATO GROSSO DO SUL
Alphard (Alfa da Hidra Fêmea)
MINAS GERAIS
Delta do Cruzeiro do Sul
PARÁ
Spica (Alfa de Virgem)
PARAÍBA
Capa do Escorpião
PARANÁ
Gama do Triângulo Austral
PERNAMBUCO
Mu do Escorpião
PIAUÍ
Antares (Alfa do Escorpião)
RIO DE JANEIRO
Beta do Cruzeiro do Sul
RIO GRANDE DO NORTE
Lambda do Escorpião
RIO GRANDE DO SUL
Alfa do Triângulo Austral
RONDÔNIA
Gama do Cão Maior
RORAIMA
Delta do Cão Maior
SANTA CATARINA
Beta do Triângulo Austral
SÃO PAULO
Alfa do Cruzeiro do Sul
SERGIPE
Iota do Escorpião
TOCANTINS
Epsilon do Cão Maior

Fontes: Eduardo de Freitas - http://www.brasilescola.com; Almanaque Abril, 1990.
Imagem: Sérgio Fontana

quinta-feira, 12 de junho de 2014

O ARTILHEIRO DA COPA

1974, 06 de julho. Antes da Copa [realizada na Alemanha] ninguém acreditava que a Polônia pudesse repetir o feito de dois anos antes, quando ganhou a medalha de ouro nas olimpíadas de Munique. Pois foi por pouco que isto não aconteceu, uma vez que a única derrota da seleção polonesa foi na semifinal contra a anfitriã Alemanha [que viria a ser a campeã], num campo encharcado de uma tal maneira que a bola batia e ficava, imediatamente, em repouso.

Apesar da derrota, a Polônia, na minha opinião, era a segunda melhor seleção do torneio, perdendo apenas, em técnica, para os holandeses, de Johan Cruyff & Cia. Os alemães, que também tinham um bom elenco, os superaram porque superaram seus limites técnicos com vontade, força e porque tinham Gerd Müller, que não foi o artilheiro da Copa, mas foi quem a decidiu a favor da Alemanha.

À Polônia restaram: o 3º lugar, obtido na disputa contra o Brasil, que três dias antes havia perdido a outra semifinal para a Holanda; a façanha de ter conseguido marcar o maior número de gols no torneio - ao todo foram 16 -, um a mais do que os caras dos Países Baixos que fizeram 15; e o artilheiro Grzegorz Lato que naquele 6 de julho fez o gol da vitória contra o Brasil e chegou à marca dos 7 gols, três a mais do que o decisivo Müller, e dois a mais do que os craques Andrzej Szarmach, da própria Polônia, e Johan Neeskens, goleador da Holanda, então conhecida popularmente como laranja mecânica.
Foto: Editora Abril Ltda.

Em tempos de Copa do Mundo no Brasil, 40 anos depois, resta-nos imaginar quem será o artilheiro desta vez. Desde já, aposto as minhas fichas no Givanildo Vieira de Souza, o Hulk, do Brasil.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

II GUERRA MUNDIAL - Dia D + 6

1944, 12 de junho. Em Sainte-Marie-du-Mont, Baixa Normandia, já livre do domínio alemão - quem sabe àquela altura ainda de modo temporário -, um grupo de soldados americanos do 501º e 506º Regimentos da 101ª Divisão Aerotransportada, observa a atividade de civis franceses para obtenção de água potável direto da fonte.

Um soldado [à esquerda] aguarda sua vez. Dá a entender que pretende lavar seus utensílios recém utilizados em uma refeição.
 

O registro fotográfico, abaixo, é do mesmo local, 70 anos depois.
Photographs by Galerie Bilderwelt/Getty and Peter Macdiarmid/Getty
Fonte: The Guardian
 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

COPA DO MUNDO FIFA / 2014 - SÉRIE B

Andei pensando, na falta de ter o que fazer, que se existisse uma Série B para a Copa do Mundo, em 2014 ela poderia ser composta pelos países que quase se classificaram para a Copa. Seria a Copa dos Quase/2014.

A composição dos grupos e o carnet da Copa poderiam ficar assim:



domingo, 4 de maio de 2014

O PRIMEIRO GIBI DO HOMEM-ARANHA

Publicado no Brasil, pela EBAL, em abril de 1969, virou raridade o exemplar número 1 do Homem-Aranha, contendo aventuras lançadas seis anos antes nos EE.UU..

A capa do gibi era esta aí.
Mas raridade mesmo é a revista em que o heroi dá as caras pela primeira vez. Tendo aparecido nas bancas americanas em 1962, o último exemplar [que se tem notícia] da revista, foi vendido por um colecionador [a outro colecionador], em 2011, por U$ 1,1 milhão de dólares, e era a edição número 15 da revista Amazing Fantasy, que na época do seu lançamento (agosto/1962) valia 12 centavos de dólar.

O primeiro exemplar desta aí saiu em junho de 1961, sob o título Amazing Adult Fantasy, que se manteve até dezembro do mesmo ano. Em janeiro do ano seguinte, a oitava edição já se chamava Amazing Fantasy.

terça-feira, 22 de abril de 2014

PLAYMATE DO MÊS DE ABRIL

A modelo da foto abaixo é Nancy Crawford, playmate do mês de abril da Playboy americana.

Com 18 anos, 1,65 m, 57 Kg, cintura 61 cm e medidas de 91 cm para busto e quadril, ela foi retratada para a Playboy pelo casal de fotógrafos Barbara e Justin Kerr, há 55 anos.

Acreditando que a musa ainda se mantenha bela, apesar da idade - Valhalla, NY, USA, 16/04/1941 - apresentamos aqui uma de suas performances [do tipo bem comportado] publicada naquela edição (abril/1959).

sábado, 19 de abril de 2014

PALMEIRAS, CAMPEÃO BRASILEIRO/1994

1994, 18 de dezembro. A segunda partida da fase final do Brasileirão daquele ano, entre Corínthians e Palmeiras, no Pacaembu, terminou com um gol para cada lado. Mas três dias antes, em 15/12, o Palmeiras, como mandante [no mesmo estádio], havia vencido por 3 a 1. O somatório de triunfos permitiu-lhe a conquista do título brasileiro de 1994, repetindo o feito de 93.

O Palmeiras de Velloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber, Wagner, César Sampaio, Flávio Conceição (Amaral), Mazinho, Edmundo (Tonhão), Evair e Rivaldo, treinado por Wanderley Luxemburgo, enfrentou o Corínthians de Ronaldo, Paulo Roberto, Gralak, Henrique, Branco, Zé Elias, Luisinho, Marcelinho Paulista, Souza (Tupãzinho), Marcelinho Carioca e Viola (Marques). O técnico era Jair Pereira.


Roberto Carlos, um dos principais ídolos do time, não jogou a segunda partida e, portanto, não saiu na foto do título.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

CRUZEIRINHO

O de Belo Horizonte, MG, é, com larga vantagem, o mais famoso e vitorioso dentre todos os seus homônimos. Seu prestígio nos induz a imaginar que a tradição e sucesso desse clube inspirou a criação dos outros que também ostentam o nome "Cruzeiro".

Mas o Cruzeiro Esporte Clube veio depois; depois de, pelo menos, um deles.

Dos arquivos do clube mineiro: "Em 1942, com a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial, foi proibida a utilização de termos que se referem à Itália, em entidades, instituições e estabelecimentos no Brasil. Com isso, o Clube precisou ser renomeado e o nome escolhido foi Cruzeiro EC, em homenagem ao símbolo maior da pátria brasileira."

No futebol gaúcho temos um exemplo de "Cruzeiro" que nasceu primeiro.

Fundado em 14 de julho de 1913, o Esporte Clube Cruzeiro, com sede em Porto Alegre, RS, foi, durante décadas do século passado, a terceira força do futebol gaúcho, destacando-se também no atletismo, no vôlei e no basquete. Chamado de "Cruzeirinho" pela imprensa gaúcha - termo que eu considero pejorativo ao invés de carinhoso, como querem dar a entender os que assim o denominam -, o Cruzeiro, de Porto Alegre - que agora é de Cachoeirinha, RS -, que eu saiba, é o pioneiro dos "Cruzeiros" do Brasil. "Cruzeirinhos" são as imitações.


EC Cruzeiro
Estádio: Av. Ary Rosa Santos, Bairro Granja Esperança, Cachoeirinha, RS.
Secretaria: Rua Amapá 564, Bairro Ponta Porã, Cachoeirinha, RS - telefone (51) 3041-5220.

BATISTELLA FUTEBOL CLUBE?

2021, 25 de dezembro. Observem e analisem a imagem mostrada em anexo e tentem adivinhar, sem consultar o Google, em que cidade se localiza ...