"Estamos
viviendo a costa de los recursos naturales de las futuras generaciones."
Juan Carlos del Olmo - Secretário Geral da WWF Espanha
1969. O consumo mundial
até esse período se dava no mesmo ritmo que a produção, situação que ano a ano
foi se degradando em função da exploração contínua e progressiva das fontes
naturais da terra e do mar.
Segundo a Global Footprint Network (GFN), uma ONG que se preocupa com o gerenciamento dos recursos naturais e mudanças climáticas, em 2017, a capacidade que tem o planeta de se regenerar de forma sustentável, levando-se em conta um período anual, se esgotou em 02 de agosto de 2017, antes de todos os anos que se tem registro.
A Terra vista da Apollo 17 - NASA, 1972. |
Quando os cientistas começaram a medir o “orçamento ecológico anual”, em 2007, concluíram que o consumo dos bens naturais extrapolaria o limite daquele ano a partir de 19 de dezembro, ou seja, durante os restantes doze dias do ano, consumiríamos mais do que o planeta teria capacidade de produzir.
É possível notar que esse cálculo é feito, comparando o consumo total da humanidade com a capacidade da Terra de regenerar, em um ano, seus recursos naturais.
Diante
deste comparativo, deduz-se que a cada ano o consumo anual é maior e
retrocedem as datas-limite anuais de equilíbrio entre produção e consumo.
De
acordo com a GFN, hoje, estamos consumindo o equivalente a 1,7 planetas Terra.
Alguns países classificados como “desenvolvidos”, segundo a ONG, apresentaram
os seguintes parâmetros ecológicos relacionados ao consumo natural e capacidade
de regeneração da natureza em seus territórios – ver Tabela 1.
TABELA 1 – CONSUMO ANUAL ACIMA DA CAPACIDADE DE
REGENERAÇÃO DO PLANETA
Tabela 1 - Extrapolação do consumo de recursos naturais em relação à capacidade de regeneração da Terra. |
O
desflorestamento, a escassez de água, a erosão do solo e os assoreamentos dos
rios, a perda de biodiversidade e o aumento de dióxido de carbono na atmosfera
são resultado da exploração humana, desmedida, dos recursos do planeta. Isto
acontece porque, por exemplo, pescamos, cultivamos e desflorestamos além das
nossas necessidades. E em relação ao desmatamento, emitimos mais dióxido de
carbono do que as árvores conseguem absorver.
Segundo
a Global Footprint Network:
1.
Se
as emissões de dióxido de carbono fossem reduzidas à metade, o “dia de
esgotamento da Terra” se atrasaria em 89 dias, ou seja, o superávit de recursos
naturais duraria até novembro;
2.
Reduzir
à metade o desperdício de comida também contribuiria para a diminuição do
impacto sobre a natureza, aumentando a capacidade do sistema em 11 dias.
Conforme a ONG, um terço da comida produzida no mundo para consumo humano,
cerca de 1.300 milhões de toneladas, é inadequadamente utilizada ou
desperdiçada, representando cerca de 9% das reservas ecológicas;
3.
Nas
cidades as “contribuições” mais significativas para o aumento do desequilíbrio
ecológico são as gestões de transporte público, os sistemas de aquecimento e o
aumento populacional, relacionado diretamente ao controle de natalidade.
REFERÊNCIAS
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