quarta-feira, 1 de abril de 2009

GOODBYE YELLOW BRICK ROADS- ELTON JOHN [E O QUE ESTA MÚSICA ME FAZ LEMBRAR].

Para mim era tradição a cada ano, de dois em dois anos ou, às vezes, num intervalo maior, aproveitar uma parte das férias escolares de verão na cidade de Rio Pardo, RS. Lá eu reencontrava os amigos de sempre e mais alguns [que eu ainda não conhecia porque ficava, pelo menos, um ano sem aparecer]. As partidas de futebol, os torneios de futebol-de-mesa, os passeios de bicicleta (a bicicleta que eu pegava era do meu primo, que era mais velho e quase nem a utilizava) e o sorvete do Café Central ou Café Gaúcho, preenchiam a maioria das nossas tardes [de temperaturas muito próximas dos 30ºC] e noites abafadas. Entre dezembro de 1974 e janeiro de 1975 também foi assim, mas não foi bem assim.
A presença constante [na casa da minha prima, onde eu estava] de uma das irmãs mais novas dos meus velhos amigos foi chamando a minha atenção. Ela recém tinha feito 15 anos, e estava despertando para novas e antigas amizades, assim como tinha acontecido com as suas irmãs mais velhas, outrora, e assim como estava ocorrendo comigo, que tinha a mesma idade.
Ficou marcada por Good Bye Yellow Brick Road [música que tocava direto na Rádio Farroupilha, de Porto Alegre, num programa de todas as manhãs, de segunda à sexta] a atração que comecei a sentir por F..., durante os quase 40 dias em que estive "assentado" em Rio Pardo. Cada vez mais eu tinha vontade de conversar ou passear a pé ou de bicicleta com F... . O ponto culminante do estranho sentimento que eu experimentava foi quando o noivo da minha prima, minha prima e minha mãe resolveram ir à cidade de Santa Cruz, RS, a 32 Km de Rio Pardo. Fui convidado para ir junto e, sem pensar duas vezes, atravessei a rua, andei alguns metros na ladeira da rua lateral, e fui chamar F... para nos fazer companhia. No passeio ao Parque da Gruta e à Catedral São João Batista meu coração bateu "a mil por hora" e me senti muito próximo da minha nova musa. Não tive coragem, porém, de declarar a minha paixão naqueles momentos e nem mesmo uns dias depois, na despedida, quando eu estava prestes a voltar para casa. Algo ficou no ar.
Voltei, menos de um ano depois, em dezembro de 1975, para o casamento da minha prima. Não vi F... nem mesmo no terceiro ou quarto dia após ter chegado. Não perguntei nada a ninguém, pois temia ouvir uma resposta que me desagradasse.
Um dia, observando ao acaso por uma das janelas superiores do sobrado, eu a vi. Caminhava, toda arrumada, pela nossa rua [abraçada a um cara(?)]. Iam e voltavam, a passos pesados, no mesmo quarteirão, sincronizados num mesmo ritmo. Eu já desconfiava.
Minha prima, percebendo a minha decepção, complementou que fazia poucos dias que F... estava namorando, e que aquele era o seu primeiro namorado.
Minha grande frustração foi ter perdido, por muito pouco, o prazo de inscrição para o meu primeiro vestibular do amor.

Good Bye Yellow Brick Road é a música-título do álbum duplo lançado por Elton John, em 1973, e marcou esse "curta-metragem" de verão [narrado acima] na minha vida. Eu nem conhecia o cara até ouvir pela primeira vez a obra-prima Skyline Pigeon, na mesma época, pensando que era o B.J. Thomas. F..., foi quem corrigiu o engano:
- "É o Elton John!" - disse ela.
Skyline Pigeon também me faz lembrar dessa muito antiga paixão.

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