1944, 20 de agosto. Por volta das 06:30 horas, as ruas em Paris estavam desertas, mas rumores distantes davam a entender que os alemães estavam em retirada, e às onze da manhã a Wermacht assinaria a rendição. No entanto, essa calma aparente foi quebrada quando elementos da FFI (Force Françaises de l'Interieur), postados estrategicamente em telhados e janelas, e cujo objetivo era tomar a cidade antes da chegada do general Charles de Gaulle (Lille, 22/11/1890 – Colombey-les-Deux-Églises, 09/11/1970) , começaram a atirar contra os alemães que se deslocavam pelas ruas.
Em 22 de agosto o general Jacques Philippe Leclerc (22/11/1902 - 28/11/1947) recebeu ordens para deslocar os seus efetivos rumo a Paris, enquanto [no interior da cidade] o general Dietrich von Choltitz (Wiesegräflich, 09/11/1894 - Baden-Baden, 05/11/1966) continuava retirando os remanescentes do seu exército.
Há poucos dias no comando da região metropolitana de Paris, Von Choltitz tinha sido instruído por Hitler a defender Paris sob qualquer custo, porém se fosse necessário empreender uma retirada, a cidade deveria ser totalmente incendiada, incluindo-se aí seus museus e monumentos.
Admirador das artes e entendendo serem inúteis tais providências, Von Choltitz preferiu ignorar a ordem do führer e solicitou ao cônsul geral da Suécia em Paris que entrasse em contato com as forças aliadas, para que estes se apressassem e chegassem logo à cidade.
O capitão francês Raymond Drone (Mayet, 08/03/1908 - Paris, 05/09/1991), da Segunda Divisão Blindada, foi o primeiro a chegar à Place d'Italie, no centro de Paris, onde centenas de cidadãos se comprimiam e se abraçavam, em júbilo.
Um pouco antes da meia-noite do dia 24, o general Von Choltitz entregou sua rendição ao subtenente Henri Karcher (San-Dié, 26/10/1908 - Sarrebourg, 31/07/1983), da Segunda Divisão Blindada.
Paris acabava de ser libertada.
Enquanto isto, em Berlim, um nervoso Hitler perguntava [insistentemente] ao general Alfred Jodl (Würzburg, 10/05/1890 — Nuremberg, 16/10/1946), integrante da cúpula do governo nazista:
- Paris, está em chamas?
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