quinta-feira, 21 de agosto de 2008

DEU ZEBRA NA LOTERIA

Há uns dias, em http://auxiliadora1976.blogspot.com/2008/08/loteria-esportiva-1970.html, blog criado por Paccelli Zahler, recordamos a época da criação da Loteria Esportiva, modalidade de jogo que existe até hoje. Em função dos valores dos prêmios, bem menos atrativos do que os da Mega-Sena, que paga o maior prêmio no Brasil, a Loteria Esportiva não mais atrai a maioria do público, porém alguns milhões de fiéis apostadores apaixonados pelo futebol, pelo menos uma vez por semana, visitam as agências lotéricas, preenchem os volantes (hoje com quatorze jogos, e não treze como era antigamente) e aguardam os resultados no fim-de-semana.
Na sua época de glamour, em função da fortuna em dinheiro que circulava ao seu redor, a Loteria Esportiva era alvo de manipulações de resultados promovidos pela chamada "Máfia da Zebra". Segundo a Revista Placar, em outubro de 1980, jogadores de um clube carioca "entregaram" o jogo para outro clube do estado do Rio de Janeiro, no teste 517. O caso, denunciado pelo Diretor do Departamento de Árbitros da Federação Carioca de Futebol, foi arquivado.
Uma ocorrência anterior de suborno estourou em 1975, quando um árbitro carioca foi acusado de pertencer a uma quadrilha que manipulava resultados. Ele teria ganho quatorze vezes na loteria, utilizando meios criminosos, disseram. Apesar de ter sido banido do futebol, não foi preso, nem processado por "falta de provas".

O episódio mais escandaloso ocorreu em julho de 1981, quando meio time de um clube da cidade de Santos, SP, recebeu uma proposta para também "entregar" uma partida que disputaria contra um time da cidade de Mococa, norte do estado de São Paulo, pelo teste 558. Um zagueiro, que era capitão da equipe, foi abordado por um ex-jogador de outra equipe da sua cidade e repeliu a oferta de suborno. Em seguida, comunicou o fato ao técnico da sua equipe que, por sua vez, levou o assunto ao conhecimento da diretoria. O clube então denunciou as manobras à Federação Paulista de Futebol. O documento abaixo representa a veracidade do caso.


As apostas consistiam em jogar-se 729 cartões, com quatro triplos cada um, e cerca de 59 mil combinações diferentes, o que representava, na época, um investimento de Cr$ 590.490,00. O estratagema cobria os resultados de dez jogos (mas até aí tudo bem). Os três jogos restantes eram "fabricados" de antemão, tomando-se o cuidado de garantir que os times favoritos nas apostas seriam derrotados por equipes muito mais fracas, caracterizando as conhecidíssimas "zebras na loteria".

Na Itália, em janeiro de 1980, os jornais de Roma denunciaram esse mesmo tipo ocorrência, só que envolvendo muito mais gente. Lá todo mundo foi punido; aqui, apesar das denúncias e evidências dignas de uma investigação detalhada, ninguém foi preso, nem indiciado.

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