quarta-feira, 27 de agosto de 2008

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA - A CRISE DE 1929.

Sempre que ouço falar em crise econômica, eu me lembro das aulas de História do professor Getúlio Moraes, no Colégio Auxiliadora, em Bagé, RS, no decorrer dos anos 70. E em particular, a recordação repousa sobre a Crise da Bolsa de Nova York, em 1929.

O término da primeira guerra mundial, ao invés de ser benéfico, constituiu-se em catástrofe para os Estados Unidos da América. Isto se explica porque durante a guerra o país era o principal fornecedor de alimentos, produtos manufaturados e matérias-primas aos aliados e a países da Ásia e América Latina que antes dependiam da Europa, mas que em função do conflito passaram a depender dos americanos. A partir de 1920, quando o efeito do término das hostilidades na Europa começou a aparecer através da retração nas exportações e a redução nos pedidos de empréstimos aos Estados Unidos, uma vez que a indústria européia iniciava a sua recuperação, uma grave crise econômica instalou-se no país.
A resposta americana para essa pré-crise foi isolar-se economicamente da Europa, restringindo também a imigração européia para evitar que a concorrência da mão-de-obra externa resultasse em prejuízos aos seus trabalhadores.
A política dos altos salários, adotada por Henry Ford - fundador da Ford Motor Company, e primeiro empresário a aplicar a montagem em série, com o objetivo de produzir mais automóveis, em menos tempo e com menor custo - foi seguida por outros industriais, e tinha como objetivo aumentar o consumo de bens industriais dentro do próprio país. O poder de compra do povo americano que tinha crescido em função dos aumentos de salário, foi alavancado ainda mais com a expansão das modalidades de vendas a crédito.
A Bolsa de Nova York, 1929.
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Porém, em função do progresso tecnológico, a mão-de-obra manual foi, aos poucos, sendo substituída por processos mecânicos na própria indústria. E na agricultura, onde a redução dos preços dos produtos agrícolas arruinou proprietários de terras hipotecadas, mais de dois milhões de agricultores abandonaram o campo em busca de trabalho nos grandes centros industrais, agravando o problema do excesso de mão-de-obra e, conseqüentemente, o desemprego.

Uma valorização artificial das ações de grandes empresas, resultante da especulação de cambistas que compravam e vendiam ações na Bolsa, mascarava a fragilidade da economia norte-americana que ainda dependia do consumo europeu. Insistiam, além disso, os americanos a produzir como nos períodos de guerra. Nesses tempos de paz, a Europa não necessitava dos produtos americanos que agora abarrotavam depósitos e silos no país inteiro.

Na segunda metade de 1929:
- o governo resolveu suspender os subsídios aos grandes exportadores por causa da movimentação política na Europa;
- a Inglaterra e a França recuperaram o seu poder no comércio internacional;
- os estoques acumulados de cereais, apesar de não estarem sendo comercializados, influíram diretamente na queda dos preços dos produtos agrícolas;
- as indústrias começaram a diminuir o ritmo da produção porque esta era muito maior do que o consumo.

As conseqüências diretas dessas quatro afirmativas foram: a retração nas exportações; a falência dos fazendeiros que, por não conseguirem pagar suas despesas, tiveram suas propriedades tomadas pelos bancos; e o desemprego em massa, onde os desempregados não tinham poder aquisitivo e, em conseqüência, passaram a consumir cada vez menos. Formou-se então um círculo vicioso onde quanto mais produtos sobravam, maior era a paralização na produção, e quanto menos as fábricas trabalhavam, maior era o número de desempregados.

Desempregados aguardam a sopa dos pobres.
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Os reflexos desse redemoinho bateu direto na Bolsa de Valores de Nova York. Lá eram negociadas as ações das grandes companhias norte-americanas, e seus acionistas, alarmados pelos últimos acontecimentos, tratavam de vender as suas ações para, pelo menos, ter o seu dinheiro no bolso. Como os que queriam vender eram bem mais numerosos do que os compradores, as ações eram oferecidas por preços cada vez mais baixos.
Para evitar a crise total, e com a pretensão de aproveitar a baixa das ações, um grupo de banqueiros de Nova York comprou muitas ações de várias companhias, a preços muito baixos, lançando, dessa forma, grande quantidade de dinheiro na Bolsa. Em meados de 1930 tentaram, esses mesmos banqueiros, vender suas ações a preços altos, mas não conseguiram. Quando as lançaram novamente no mercado, elas não valiam nada.
Estava pintado o quadro da crise de 29: empresas e bancos faliram; os proprietários de terras perderam suas propriedades hipotecadas e, portanto, não puderam dar seqüência à produção agrícola; o desemprego se espalhou por todos os Estados Unidos; e a crise se refletiu no mundo todo.
Arruda, José Jobson de Andrade - História Moderna e Contemporânea. São Paulo, Editora
....Ática, 1974.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito boa essa historia

Anônimo disse...

muitooooooooo boa essa historia

Gabriel sant ana disse...

Curti essa historia valew ai me ajudou muitoo ... !!

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