quarta-feira, 18 de junho de 2008

A PENSÃO - parte I

Rua 15 de Novembro, 319. Esse era o endereço da pensão do Osvaldo, em Pelotas, RS. Logo que cheguei na cidade, em 05 de Março de 1978, foi lá que eu fui parar. Já estavam previamente combinados com o dono do estabelecimento, preço e modalidade da estadia. Um mês antes da mudança eu e o meu pai caminhamos pelos quatro cantos do centro da cidade, à procura de um lugar apropriado para eu ficar. A pensão, localizada bem próxima ao quartel do Corpo de Bombeiros, caiu como uma luva nas nossas pretensões: era central e bem próxima da Universidade Católica de Pelotas. Eu não teria dificuldades de nenhum tipo- nem de locomoção, nem de alimentação- e só teria que me preocupar com os estudos.

Antes da minha transferência de cidade, a minha mãe conheceu, por intermédio de amigas, uma família bageense que tinha um filho que já estudava Engenharia Civil há um semestre, em Pelotas, mas queria arranjar um novo lugar para morar. Francisco Gomes; esse era o nome do cara que seria o meu colega de quarto na pensão. Uma amizade que se estendeu por toda esfera familiar se formou aí, e derivada dessa, outras mais vieram.

Na pensão do Osvaldo tinha lugar para todo mundo. E antes que eu me esqueça: essa era uma pensão familiar (na medida do possível); o "seu" Osvaldo era casado com a "dona" Georgina, e ambos tinham um guri com 8 anos, o Rubens - que eles, carinhosamente, chamavam de "Rubinho". E o termo "tinha lugar para todo mundo" quer dizer isto mesmo, que todo o mundo era bem aceito por lá: estudantes e profissionais ligados a todo o tipo de atividade, sem discriminações de nenhum tipo. Isso fazia daquele lugar um centro de aprendizado e de trocas de experiências entre pessoas muito diferentes. Era muito bom conviver com aquele pessoal. Lá eu comecei a aprender a viver em comunidade.

Uns dias antes de terminarmos o nosso primeiro semestre na UCPel, já no período de provas, reservamos uma tarde de sábado para uns descontraídos registros fotográficos. Colocamos todos os objetos que nós usávamos [fogareiro, bola de futebol (de plástico), maletas dos cursos, cachaça, bule, sabão em pó e não sei o quê mais], na janela, e "dê-lhe" Kodak.

À exceção do Chico Gomes, digo, Francisco Gomes, que hoje é Engenheiro Civil, em Bagé, nunca mais vi estes caras aí.
Da esquerda para a direita [com cidade de origem entre colchetes]: Quevedo [Santa Maria, RS]; Chicão [Santa Maria, RS]; Odir [Santana do Livramento, RS].

Aqui: O meu amigo Francisco Gomes [Mogadouro, Trás-Os-Montes, Portugal/Bagé, RS]; e eu, Sérgio (puxando a faca da cintura) [Bagé, RS].

E aí acima, todos: Chicão, Chico, Quevedo, Odir e eu.

Essa turma não conviveu durante muito mais tempo porque os santamarienses, por conveniência óbvia, conseguiram transferência para a UFSM e o santanense Odir, também sumiu. Não lembro se pediu transferência para Santa Maria ou Porto Alegre; só sei que, assim como os de Santa Maria, nunca mais deu notícias.

Um comentário:

Sérgio M. P. Fontana disse...

Uma observação:
O santanense Odir Tonollier - o que está de calça verde, na primeira foto - que eu disse que nunca mais vi, se formou em Economia e, muitos anos mais tarde (em 2010) atuou como Secretário Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, durante o governo de Tarso Genro.

BATISTELLA FUTEBOL CLUBE?

2021, 25 de dezembro. Observem e analisem a imagem mostrada em anexo e tentem adivinhar, sem consultar o Google, em que cidade se localiza ...