Eu já tencionava, há muito tempo, escrever sobre esse cara. Bem pouca coisa, senão faltaria espaço. Ia escrever, mas ainda não sabia quando. Há uns dias tive vontade de fazê-lo, em seguida achei melhor abordar outro tema [que no fim das contas vai ficar para depois]. É que neste blog aqui, em "FUTEBOL: O PAPAI NOEL VEM DE AZUL", um velho conhecido que não encontro há uns 25 anos, fez um comentário referindo-se a uma expressão que eu ia [e vou] usar nesta postagem. Ela (a expressão) diz respeito à pessoa que empresta o nome a esta matéria. Aproveitando o embalo, reapresento, abaixo, a manifestação desse amigo e vou deslanchando o assunto dentro do assunto, se é que dá para entender.
"Caro Sérgio - Que legal encontrar o teu blog. Você é filho do "homem que comenta porque sabe comentar", o velho Otacílio, que me levava pela mão até a Rádio Cultura, a ZYG4, onde assistia ele - "ao vivo" - comentar futebol. Muito bom o teu blog. Dá uma olhada no meu e terás informação de mim. É http://www.valacir.com/ - um abraço - Valacir."
"O homem que comenta porque sabe comentar". Assim era o preâmbulo do locutor da Rádio Cultura (ou Difusora, dependendo da temporada), anunciando o comentário esportivo diário de Octacílio Fontana (Rio Pardo, RS/1922 - Bagé, RS/1990), que atuava também como comentarista durante as jornadas futebolísticas do GE Bagé ou Guarany FC. Foi assim durante cerca de três décadas (começou no rádio lá pela metade dos anos 50 e atuou, que eu me lembre, até 1987), tendo iniciado como repórter de campo e, trabalhado [de graça] por uma ou por outra emissora, de acordo com a política adotada pelo departamento de esportes de cada uma, em cada temporada.
Sempre dizia que ia parar no fim de cada ano, "deixar para os mais novos" - exatamente como o fez quando era aspirante do Guarany FC, antes da sua era no rádio, recusando proposta para atuar nos profissionais e preferindo dar continuidade à carreira de Servidor Público da VFRGS - mas nos meses de dezembro, invariavelmente, recebia uma visita "inesperada" do Edgar Muza, Chefe da Equipe de Esportes contratado por uma das três rádios: Cultura, Difusora ou Clube (emissora que passou a transmitir futebol somente a partir dos anos 80). Solidário ao amigo Muza e ainda incapaz de abandonar o vício de analisar os jogos, mesmo que esses já não fizessem nem sombra ao bom futebol desenvolvido pelas equipes bajeenses em outros tempos, lá ia o homem de novo comentar.
Tive a oportunidade de conhecer a maioria dos seus companheiros de jornada, pois sempre que possível - especialmente quando não enchia o saco dele (meu pai) durante a semana - "grudava" nele e ia aos jogos do Guarany ou do Bagé ou, às vezes, o acompanhava até a rádio para a apresentação do comentário diário que era "ao vivo". Assim me familiarizei com narradores esportivos, repórteres de campo, apresentadores de programas, plantonistas de esportes, instaladores de equipamentos, controladores de som e estagiários, e a memória me permite citar profissionais como: Mário Codevilla; Nelson Moura; Délcio Moura; Roberto Burns; Vacionir Lopes; Edgar Muza; Nilton Sol; Roberto Azevedo; Sivaldo Souza; João Bosco Rodrigues; João Bosco Vaz; Paulo Medina; e o Professor Frederico Petrucci (que também foi meu professor de Geografia no Colégio Auxiliadora).
As photos que eu achei nos arquivos familiares valem mais do que palavras. Bons tempos aqueles.
Esta aqui eu já publiquei outro dia (09/07/2008). É a equipe de esportes da Rádio Cultura, em 1955, onde, da esquerda para a direita aparecem Octacílio Fontana, Mário Codevilla, Nelson Moura, Roberto Burns e Roberto Azevedo.
As próximas três são entrevistas com atletas à beira do gramado, respectivamente: Juarez, do EC Floriano (hoje, EC Novo Hamburgo - 1955); Tupanzinho, do GE Bagé (1956); e Sérgio Cabral, do Guarany FC (1956).
Abaixo, churrasco do Guarany FC, realizado em 19/04/1961, em comemoração aos 54 anos do clube. No registro fotográfico aparecem, da esquerda para a direita: Suñe; Calvet I; Polaco; Rubilar; e Octacílio.
Aqui, no controle do movimento da linha Bagé-Cacequi, decifrando e transcrevendo mensagem telegráfica (em MORSE) para o caderno de escala de trens da VFRGS.
E no flagrante de rua, em 1966, uma conversa no café (na Avenida Sete de Setembro, ao lado da Ferragem Rocha) sobre os próximos enfrentamentos do Guarany FC no campeonato gaúcho daquele ano, e do GE Bagé, então na segunda divisão de profissionais.
E para fechar a história, o registro a seguir é de dezembro de 1981, e é da equipe da Rádio Difusora de Bagé, que naquele ano completou 25 anos.
De pé, atrás, da esquerda para a direita: Vagner; Octacílio Fontana; Paulo Médici; Luís Carlos; Padre Fredolin; Dilélio; Domingos.
Na fila seguinte: Paulo Kaiser; Sandra; Antônio Pimenta; Dulce Mara; João Henrique; Frederico Petrucci; Vicente Gallo.
Abaixados: Girassol; Carlos Alberto (o Bozó); Felipe; Sivaldo Sousa.
Nas laterais: esposa do Lucena e Lucena (sentados); e Lourdes Gallo (de pé).
Clique nas fotos pequenas que elas crescem.
"Caro Sérgio - Que legal encontrar o teu blog. Você é filho do "homem que comenta porque sabe comentar", o velho Otacílio, que me levava pela mão até a Rádio Cultura, a ZYG4, onde assistia ele - "ao vivo" - comentar futebol. Muito bom o teu blog. Dá uma olhada no meu e terás informação de mim. É http://www.valacir.com/ - um abraço - Valacir."
"O homem que comenta porque sabe comentar". Assim era o preâmbulo do locutor da Rádio Cultura (ou Difusora, dependendo da temporada), anunciando o comentário esportivo diário de Octacílio Fontana (Rio Pardo, RS/1922 - Bagé, RS/1990), que atuava também como comentarista durante as jornadas futebolísticas do GE Bagé ou Guarany FC. Foi assim durante cerca de três décadas (começou no rádio lá pela metade dos anos 50 e atuou, que eu me lembre, até 1987), tendo iniciado como repórter de campo e, trabalhado [de graça] por uma ou por outra emissora, de acordo com a política adotada pelo departamento de esportes de cada uma, em cada temporada.
Sempre dizia que ia parar no fim de cada ano, "deixar para os mais novos" - exatamente como o fez quando era aspirante do Guarany FC, antes da sua era no rádio, recusando proposta para atuar nos profissionais e preferindo dar continuidade à carreira de Servidor Público da VFRGS - mas nos meses de dezembro, invariavelmente, recebia uma visita "inesperada" do Edgar Muza, Chefe da Equipe de Esportes contratado por uma das três rádios: Cultura, Difusora ou Clube (emissora que passou a transmitir futebol somente a partir dos anos 80). Solidário ao amigo Muza e ainda incapaz de abandonar o vício de analisar os jogos, mesmo que esses já não fizessem nem sombra ao bom futebol desenvolvido pelas equipes bajeenses em outros tempos, lá ia o homem de novo comentar.
Tive a oportunidade de conhecer a maioria dos seus companheiros de jornada, pois sempre que possível - especialmente quando não enchia o saco dele (meu pai) durante a semana - "grudava" nele e ia aos jogos do Guarany ou do Bagé ou, às vezes, o acompanhava até a rádio para a apresentação do comentário diário que era "ao vivo". Assim me familiarizei com narradores esportivos, repórteres de campo, apresentadores de programas, plantonistas de esportes, instaladores de equipamentos, controladores de som e estagiários, e a memória me permite citar profissionais como: Mário Codevilla; Nelson Moura; Délcio Moura; Roberto Burns; Vacionir Lopes; Edgar Muza; Nilton Sol; Roberto Azevedo; Sivaldo Souza; João Bosco Rodrigues; João Bosco Vaz; Paulo Medina; e o Professor Frederico Petrucci (que também foi meu professor de Geografia no Colégio Auxiliadora).
As photos que eu achei nos arquivos familiares valem mais do que palavras. Bons tempos aqueles.
Esta aqui eu já publiquei outro dia (09/07/2008). É a equipe de esportes da Rádio Cultura, em 1955, onde, da esquerda para a direita aparecem Octacílio Fontana, Mário Codevilla, Nelson Moura, Roberto Burns e Roberto Azevedo.
As próximas três são entrevistas com atletas à beira do gramado, respectivamente: Juarez, do EC Floriano (hoje, EC Novo Hamburgo - 1955); Tupanzinho, do GE Bagé (1956); e Sérgio Cabral, do Guarany FC (1956).
Abaixo, churrasco do Guarany FC, realizado em 19/04/1961, em comemoração aos 54 anos do clube. No registro fotográfico aparecem, da esquerda para a direita: Suñe; Calvet I; Polaco; Rubilar; e Octacílio.
Aqui, no controle do movimento da linha Bagé-Cacequi, decifrando e transcrevendo mensagem telegráfica (em MORSE) para o caderno de escala de trens da VFRGS.
E no flagrante de rua, em 1966, uma conversa no café (na Avenida Sete de Setembro, ao lado da Ferragem Rocha) sobre os próximos enfrentamentos do Guarany FC no campeonato gaúcho daquele ano, e do GE Bagé, então na segunda divisão de profissionais.
E para fechar a história, o registro a seguir é de dezembro de 1981, e é da equipe da Rádio Difusora de Bagé, que naquele ano completou 25 anos.
De pé, atrás, da esquerda para a direita: Vagner; Octacílio Fontana; Paulo Médici; Luís Carlos; Padre Fredolin; Dilélio; Domingos.
Na fila seguinte: Paulo Kaiser; Sandra; Antônio Pimenta; Dulce Mara; João Henrique; Frederico Petrucci; Vicente Gallo.
Abaixados: Girassol; Carlos Alberto (o Bozó); Felipe; Sivaldo Sousa.
Nas laterais: esposa do Lucena e Lucena (sentados); e Lourdes Gallo (de pé).
Clique nas fotos pequenas que elas crescem.
2 comentários:
Meu caro Sérgio, foi com muita alegria que me deparei com essa matéria sobre seu pai e a radiofonia bageense. Meu pai, Domingos Mattos do Pro, trabalhou por longos anos com ele na Difusora. Eu também trabalhei lá alguns anos e o conheci também. Eu sou um dos que aparece na foto dos 25 anos da Difusora, Felipe, ao lado do Sivaldo. Curti muito as fotos que postastes. Parabéns e forte abraço.
Meu caro Felipe do Pró,
Me lembro também do teu pai, e te identifiquei na foto dos 25 anos. Tenho na mente, bem vivas, as imagens do trabalho de toda essa equipe da Rádio Difusora que, na verdade, constituía uma grande família que hoje faz parte da gloriosa história do rádio bajeense.
Um grande abraço.
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