Aos quatro anos descobri que era torcedor do Grêmio FBPA. Naquele tempo eu achava que o time era imbatível, pois nunca tinha ouvido falar em uma derrota do Grêmio, só contabilizava vitórias. Nunca esqueci daquela equipe cuja formação, com algumas variações, ficou para sempre gravada no meu cérebro: Arlindo ou Alberto; Altemir, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Paulo Lumumba ou Odon, Joãozinho, Alcindo e Vieira ou Volmir.
A photo, abaixo, como está na legenda, é do time do Grêmio, em 1960. Estes aí foram campeões gaúchos naquele ano.
Em pé: Orlando, Ênio Rodrigues, Ortunho, Henrique, Élton e Aírton Pavilhão. Agachados: mascote gremista, Marino, Gessy, Juarez, Milton e Vieira.
Minha primeira desilusão só chegou lá pelo começo da temporada de 1967 quando o Grêmio foi a Curitiba jogar um amistoso contra um tal de Água Verde [que é um dos ascendentes do atual Paraná Clube - ver "A Origem do Paraná Clube" http://oseculoxx.blogspot.com/2008/06/origem-do-paran-clube.html, neste blog], tomou "um banho de bola" e perdeu por dois a um.
Do rival, o SC Internacional, eu muito pouco ouvia falar porque na década de 1960 o colorado de Porto Alegre nem figurava no cenário nacional, pois o representante do RS na Taça Brasil era sempre o Grêmio, em função dos títulos gaúchos que vinha arrebatando. Assim mesmo, lá por 1966, comecei a "enxergar" também o Internacional e me lembro de um time deles, de 1967, que foi vice-campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa [que era o Campeonato Brasileiro daquele tempo] formado deste jeito: Gainete, Laurício, Scala, Luís Carlos e Sadi; Elton e Lambari; Carlitos ou Didi Pedalada, Bráulio, Claudiomiro e Dorinho, cujo técnico era o meu tocaio, Sérgio Moacir.
Este aí era o time do Inter, em 1969. Eles iniciaram a sequência que culminou no octa-campeonato gaúcho, em 1976.
Em pé: Gainete, Pontes, Scala, Carbone, Valmir e Hermínio. Agachados: Sérgio Galocha, Valdomiro, Claudiomiro, Tovar e Gílson Porto.
Depois de um Gre-Nal inesquecível, junho de 1968 [Grêmio 4 x 0 Internacional], cujo resultado contribuiu para consagrar, um mês depois, o Grêmio como hepta-campeão gaúcho, as coisas começaram a se transformar. Com a inauguração do Estádio Beira-Rio, em 1969, o Internacional deu o salto de qualidade que estava faltando para ser, digamos, mais valorizado no cenário nacional. E como se não bastasse, sagrou-se campeão gaúcho, interrompendo a sequência do Grêmio que se preparava para comemorar o seu oitavo título consecutivo. Depois continuou ganhando gauchões até 1976 [quando foi octa-campeão].
Nessa altura dos acontecimentos eu já estava "ligado" nos dados históricos dos campeonatos gaúchos e, principalmente, nos dados estatísticos do Gre-Nal. A minha esperança era que, um dia, o Grêmio pudesse alcançar o Internacional no número de títulos gaúchos, de vitórias em Gre-Nal e de gols marcados no clássico. Até que finalmente um dos meus desejos foi realizado lá em 2001, quando o Grêmio chegou ao seu 33º título gaúcho, empatando com o Inter nesse quesito. Em seguida a coisa "desgringolou" de novo, e hoje o Internacional tem 38 títulos e o Grêmio ficou [de novo] para trás com 35 conquistas. E nos itens referentes aos trezentos e setenta e cinco clássicos disputados até hoje a coisa é ainda pior, vejamos:
Jogos- 375; vitórias do Inter- 140; vitórias do Grêmio- 118; empates- 118; gols do Inter- 536; gols do Grêmio- 498. Estamos penando para chegar ao quingentésimo gol (¿quin..., o que?), digo, gol número quinhentos [que fica mais fácil], enquanto o colorado já conquistou essa meta há muito tempo, lá em 1999 [dez anos atrás].
¿Será que voltou a época de sofrimento para os gremistas, igual àquela da década de 1970, quando íamos muito bem até nos defrontarmos com o colorado [aí "a casa caía"]?
Para falar a verdade nem me importa se o Grêmio vai mal na Libertadores, no Campeonato Brasileiro, etc. O que eu queria mesmo era só ganhar a maioria dos clássicos Gre-Nal e, como consequência quase lógica, os campeonatos gaúchos, e nem isto estou conseguindo.
É hora de reagir, Grêmio! Chega de perder para o SC Internacional!
As fotos são do arquivo do blog do Milton Neves.
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