A única chance que nós tínhamos de ganhar alguma coisa, lá por 1980, era o Gauchão, pois eu nem imaginava que um ano depois veria o Grêmio ser campeão brasileiro pela primeira vez. Antes disso, quem já estava acostumado a ganhar títulos nacionais era o Internacional, porque a máquina tricolor, apesar de fazer ótimas campanhas nas fases classificatórias, entregava os pontos faltando muito pouco para chegar à etapa final. Assim, restava-me criar charges análogas às publicadas na seção de esportes da Folha da Tarde, na década de 1960, que mostravam numa fila, em ordem descrescente, os representantes de cada clube, querendo dar ênfase à classificação do campeonato gaúcho. Por exemplo: o Grêmio era um mosqueteiro; o Internacional era o Saci; o Guarany de Bagé era um cacique; o Pelotas era um lobo ou um almofadinha vestido de fraque e cartola; o Aimoré também era um cacique; o Brasil era um índio Xavante; o Farroupilha era um fantasma; o Bagé era uma abelha graúda; o Gaúcho era um gaúcho mesmo; e assim por diante. O Juventude, o Flamengo (atual SER Caxias) e o Floriano (atual EC Novo Hamburgo) eu não lembro como eram. Só sei que o último lugar vinha com a lanterna na mão.
Abaixo, uma tímida amostragem de uma das minhas antigas manifestações como torcedor do Grêmio. Eufórico pela conquista do título gaúcho em 1980, depois de acompanhar a vitória gremista no hexagonal final, não resisti, rabisquei isto aí numa folha de caderno e mandei [pelo correio] para o meu pai.
Da esquerda para a direita: o Juventude, o Internacional de Santa Maria, o São Borja, o Novo Hamburgo, o Grêmio (mais alto no podium) e o Internacional de Porto Alegre.
Observações: o desenho original foi feito a lápis e não era colorido como aí aparece; me esqueci e desenhei os Sacis, tanto o do Internacional de Porto Alegre, quanto o do Internacional de Santa Maria (o primo pobre), com as duas pernas, sem a touca vermelha e sem o cachimbo, mas já os vi [em outras vesões] também sem touca e sem cachimbo.
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