quinta-feira, 25 de junho de 2009

A GUERRA DAS MALVINAS

Abril de 1982. Emergiam [das profundezas de um emaranhado financeiro imponderável] os efeitos de uma crise econômica que tomou conta de toda a América Latina. A Argentina, como não poderia deixar de ser, também estava mergulhada até o pescoço na confusão financeira, e o governo, constituído por uma junta militar, tentava melhorar a sua popularidade. Assim resolveram pôr em prática o Plano Goa que tratava da recuperação das ilhas Malvinas ou Falklands, em poder dos ingleses desde 1833.

O histórico dessas ilhas é complicado e, até hoje, eu penso que é difícil afirmar que essas ilhas pertençam, por direito, a ingleses ou argentinos, pois se conta que já em 1764 o francês Louis Antoine de Bouganville, oficial, navegador e escritor, andou por lá e fundou uma base naval em Port Louis (Malvinas Orientais). No ano seguinte, em 1765, é que chegaram os britânicos, e John Byron estabeleceu uma base em Egmont (Malvinas Ocidentais). Em 1766 a França vendeu à Espanha a sua base no lado oriental e os espanhóis entraram em estado de guerra com os ingleses que estavam do outro lado, mas depois concordaram com a divisão. Cinquenta e quatro anos depois, em 1820, a Argentina [que se tornara independente da Espanha em 1810], aproveitou-se da proximidade das ilhas e resolveu instalar ali uma colônia penal e, complementando, em 1829 nomeou um governador para dar continuidade à colonização do lugar. Em 1833 os ingleses invadiram e tomaram a parte que estava em poder dos argentinos, mas estes nunca desistiram da posse das ilhas, pois elas ficavam logo ali, nas adjacências do seu território continental.

Às 04:30 horas do dia 02 de abril de 1982, 150 homens de uma unidade de elite de fuzileiros argentinos, desembarcaram em Port Stanley, a capital do arquipélago. O objetivo era prender o governador e declarar a posse das ilhas. Um destacamento britânico que contava com 68 fuzileiros defendeu, o quanto pode, a área em torno da sede do governo. Duas horas mais tarde o local foi tomado pelo exército argentino que já se fazia presente com cerca de 2800 combatentes espalhados por lá.
Margareth Thatcher, a Primeira Ministra da Grã-Bretanha, reagiu com energia, vendo aí a possibilidade de driblar os problemas internos que corroíam o país e, consequentemente o seu governo. Designou, imediatamente, uma força-tarefa para buscar a recuperação das “suas” Ilhas Falklands, no extremo sul do hemisfério sul.

A Rede Globo de Televisão, nesse meio-tempo, enviou 46 profissionais à Argentina para cobrir os acontecimentos, porém desses, somente Hermano Henning e Francisco José [que substituiu o primeiro] chegaram mais perto da zona do conflito, em Comodoro Rivadávia, a 700 Km de distância. A RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, também mandou representante para essa área avançada. Era a jornalista Heidy Gerhard que transmitia seus boletins, via telefone, todos os dias às 13:00 horas pelo jornal regional da RBS TV.

Uma [real e histórica] caricatura do império britânico, segundo uma fonte argentina.

.

As ilhas Geórgia do Sul foram retomadas em 25 de abril por forças especiais chamadas SAS (Special Air Service) e SBS (Special Boat Squadron), apoiados por navios da Royal Navy. E a partir de 1º de maio, quando a Grã-Bretanha já contava com todo o seu poder de fogo, o ataque às ilhas se intensificou, culminando, em 02 de maio, com o afundamento do cruzador General Belgrano, atingido por dois torpedos Mk8 do submarino inglês Conqueror. Trezentos e sessenta e oito tripulantes do cruzador pereceram.
A resposta argentina não tardou. Aviões Super Etendart lançaram seus mísseis Exocet [franceses] e afundaram o destróier HMS Sheffield, o que passou a idéia [para quem acompanhava de longe] que a guerra estava equilibrada. Dias depois as fragatas HMS Ardent e HMS Antelope também foram afundadas, mas custaram caro: 5 caças Skyhawk; 4 caças Dagger.
Os ingleses que já tinham desembarcado 4000 homens na Baía de San Carlos, a 105 km de Port Stanley, e mais de 1000 toneladas de equipamentos, avançaram para o interior das Malvinas e tomaram Groose Green, em 29 de maio, e Port Darwin.
Cercados em Port Stanley, os argentinos lutaram até os primeiros dias de junho. No décimo quarto dia, já sem qualquer ato hostil por parte dos fuzileiros argentinos, os ingleses, vitoriosos, entraram nas ruas de Port Stanley. No dia 15 de junho foi confirmada a rendição oficial das tropas argentinas.
A consequência da derrota na Argentina foi o enfraquecimento irremediável do governo militar do general Leopoldo Galtieri, e dois dias depois da rendição ele foi obrigado a renunciar. Em 1983 o povo argentino foi às urnas e elegeu Raul Alfonsín como seu presidente, o qual, de imediato, implantou uma reforma nas Forças Armadas. Os oficiais militares responsáveis pela intervenção nas Malvinas foram alvo de processos judiciais.
Na Grã-Bretanha o governo de Margareth Thatcher, fortalecido pela vitória e [agora] o apoio da opinião pública, teve fraca oposição à sua reeleição que ocorreu ainda no ano de 1982.

Um comentário:

bruno disse...

Malditos Ingleses!!!! E viva Juan Ramon Riquelme!!!
Obs: Leia este nome com aquela pronúncia forte que só nós conhecemos.

BATISTELLA FUTEBOL CLUBE?

2021, 25 de dezembro. Observem e analisem a imagem mostrada em anexo e tentem adivinhar, sem consultar o Google, em que cidade se localiza ...