Ainda vai demorar para ser concluída, mas está em andamento a duplicação da BR-392, entre Pelotas e Rio Grande.
Quem passa ao largo, em determinados pontos vê centenas de "etiquetas" encravadas no aterro de reforço do sub-leito da estrada, a pequenas distâncias umas das outras. Quem não é do ramo ou é, mas trabalhou na área em tempos remotos, fica se perguntando: O que seria aquilo?
E quem chega mais perto é capaz de descobrir que as tais "etiquetas" na verdade são drenos fibroquímicos, constituídos de um núcleo de polietileno de alta densidade, que têm pequenas paredes verticais nas duas faces, formando [dos dois lados] pequenos canais. Esse núcleo é revestido por um tecido de fibra sintética que funciona como filtro e separador, deixando somente a água penetrar ali. Os, também chamados, geodrenos verticais são fabricados em faixas extensas (e por isto se vê vários rolos desse material ao longo do trajeto da duplicação da estrada) de larguras igual a 100 mm e espessura de 2,8 mm, e têm o objetivo de remover a água do subsolo, tornando mais densa a camada de argila mole onde vai ser assentada a sub-base da rodovia. Isto substitui os antigos drenos verticais de areia, que serviam para o mesmo propósito.
Essa técnica, porém, é mais eficiente [do que os antigos drenos de areia] para acelerar o processo de recalque (acomodação) de construções executadas sobre terrenos moles. A água, captada pelo dreno é conduzida através dos finos canais do dreno [por capilaridade] até a superfície do terreno, de onde é escoada [para fora do leito da rodovia] através de uma camada geodrenante horizontal provisória.
O método utilizado para uso desse material é a cravação desses drenos flexíveis através de uma máquina provida de uma torre [que tem uma lança metálica de cravação] com altura adequada à profundidade a ser atingida pelo geodreno. Depois de cravado, o geodreno é cortado um pouco acima da superfície do solo. É por isto que se vê aquelas marcações, que de longe, parecem umas etiquetas marcando locais específicos da base da estrada.
Abaixo, um flagrante da execução de processo semelhante ao da BR-392.
Fontes: DNIT; Engepol
Figuras: Solotrat
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