"Chegava a hora de decidir a classificação contra o futebol científico dos soviéticos. O Brasil entrou no gramado do estádio Nya Ullevi com três novidades: Zito, implacável na marcação da meia-cancha, e os talentosos Pelé e Garrincha, grandes esperanças da torcida nacional. O resultado foi extraordinário. Nem mesmo as muralhas do Kremlin seriam capazes de resistir ao bombardeio inclemente do ataque brasileiro no início da partida. O famoso goleiro Lev Yashin viu-se desamparado diante do poderio ofensivo dos adversários. A jornada brasileira foi tão inspirada que os russos, que chegaram com a reputação de super-heróis invencíveis, pareciam não acreditar na humilhação a que estavam sendo submetidos. A imprensa local e internacional também não acreditava que o Brasil tivesse mantido na reserva a infernal dupla formada por Pelé e Garrincha. O menino do Santos, contudo, ainda se recuperava de lesão. Já Garrincha, do Botafogo, vinha sendo guardado para um momento delicado como este, em que o Brasil precisava ousar e surpreender para seguir na briga pela taça. De uma coisa ninguém mais duvidava: os dois tinham entrado no time para não sair mais."
Veja na História/Estrada para a Glória - junho de 1958.
Abaixo, cenas raras da partida. A descrição é em francês, mas pode-se ouvir, ao fundo, o entusiasmo dos narradores das emissoras brasileiras.
Súmula
Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo (Técnico: Vicente Feola)União Soviética: Yashin; Kesarev, Kuznetsov e Voinov; Krijevski e Tsarev; Aleksander Ivanov, Valentin Ivanov, Simonian, Igor Netto e Ilyin (Técnico: Gavril Katchaline)
Local: Estádio Nya Ullevi (Gotemburgo)
Público: 50.000 pessoas
Arbitragem: Maurice Guigue (França), Birger Nielsen (Noruega) e Carl Jorgensen (Dinamarca)
Gols: Vavá, 3min do 1º tempo; Vavá, 32min do 2º tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário