quarta-feira, 4 de agosto de 2010

BRASILEIRAS SEM ROSTO

A história é sempre a mesma. Atraídas por promessas de emprego com bons salários, jovens mulheres brasileiras [com baixa escolaridade] acabam sendo envolvidas pelas redes de prostituição.

Na Europa, os Países Baixos (Holanda) são o principal destino escolhido pelos aliciadores que "garimpam" suas vítimas, preferencialmente, na região amazônica. Dali até o Suriname (ex-Guiana Holandesa), país que faz fronteira com os estados do Pará e Amapá, é fácil chegar. Depois é só voar direto para a Holanda.

O Fórum da Amazônia Oriental, uma organização sem fins lucrativos, concluiu em um relatório:
  • que das 241 rotas de tráfico de seres humanos identificadas no Brasil, 76 passam pela região Norte;
  • que os aliciadores são, em geral, homens entre 31 e 41 anos, com bom nível de escolaridade;
  • que grande parte deles são empresários, que trabalham em bares, casas de shows, agências de encontro e até salões de beleza.

Segundo revelação de um pastor da Comunidade Cristã, em Amsterdam, que presta assistência a brasileiras vítimas das redes de tráfico na Holanda, a abordagem às moças é feita através de turistas holandeses "que se hospedam em pousadas ou hotéis e ali, numa conversa informal, fazem convites tentadores. Eles oferecem trabalho em hotéis e empresas, o que parece irrecusável para pessoas que vivem em condições financeiras limitadas. Elas acabam aceitando o convite e quando chegam aqui, vêem que a realidade é outra".

O pastor lembra o caso de uma brasileira que, apesar de ter conseguido fugir, sofreu danos psicológicos e até físicos depois de ser obrigada a se prostituir na Holanda: "Logo que tomou consciência de que deveria se prostituir e não ser recepcionista de um hotel, ela imediatamente caiu num estado psicológico que causou conseqüências no seu corpo. Doente, durante três meses foi tratada, mas logo depois começou a planejar a fuga".

A jovem, em questão, conseguiu analisar a rotina da casa e escapar, pegando o primeiro trem, levando consigo apenas a roupa do corpo. Em seguida ela foi encontrada por um agente da Organização Internacional para Migração (IOM) dentro do trem, e encaminhada à Comunidade Cristã, em Amsterdam, enquanto a IOM providenciava sua repatriação para o Brasil.

Espanha, Itália, França, Portugal e Suíça também se enquadram nessa cadeia de prostituição forçada. As brasileiras que chegam lá são provenientes, na sua maioria, dos estados do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Para saber mais acesse o link.

Baseado na matéria de Luiz Sammartano para a agência de notícias Radio Nederland Wereldomroep.

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