O padre [paraibano] Francisco João de Azevedo (04/03/1814 - 26/07/1880), que antes de ser padre foi tipógrafo, morreu sem realizar seu sonho que era patentear a sua máquina de escrever [criada em 1861]. Conta-se que seus desenhos e anotações sobre a máquina foram roubados por um agente de negócios, e caíram em poder de um tipógrafo americano. Esse aperfeiçoou o projeto, apresentando-o a todos como se seu próprio fosse, ganhando assim o mérito de ser [oficialmente] o inventor da máquina de datilografia.
A máquina do padre foi apresentada na Exposição Industrial e Agrícola da Província de Pernambuco, em 16 de novembro de 1861. Depois foi para a Exposição Nacional do Rio de Janeiro, onde o inventor recebeu a medalha de ouro, que lhe foi conferida pelo Imperador D. Pedro II. E quando tudo estava prestes a dar certo, de verdade, os organizadores da Exposição Internacional de Londres negaram-lhe o direito de lá expor seu invento, alegando falta de espaço no pavilhão destinado ao Brasil.
Sem apoio para aperfeiçoar sua máquina, Francisco João de Azevedo resolveu voltar para Pernambuco e depois se internou na Paraíba, sua terra natal, onde passou seus últimos anos dando aula para cursos técnicos de geometria.
Uma versão da "máquina do padre" reapareceu lá pelos Estados Unidos, produzida em escala industrial por Philo Remington, em 1873, depois de ter sido adaptada por Christopher Sholes, o suposto plagiador, em 1868, de forma a permitir que os pares de letras utilizados com maior freqüência [na língua inglesa] ficassem em metades opostas do teclado. O objetivo era evitar o travamento das teclas, alternando o uso das mesmas e das mãos [esquerda e direita] no ato de datilografar.
Um sistema conhecido [até hoje] como "QWERT"- nome associado à posição das letras na parte superior do teclado- foi adotado. A maioria das máquinas e teclados de computadores [em todo o mundo] segue esse lay-out.
Fonte: Enciclopédia Nordeste
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